O acordo firmado entre o governo de Alagoas e a Braskem, considerado um dos mais complexos já conduzidos no Estado, contou com participação determinante do secretário de Governo, Vitor Pereira. Ele liderou, ao lado da secretária da Fazenda, Renata dos Santos, os entendimentos que resultaram em uma indenização que pode alcançar R$ 2,8 bilhões, somando correções e compensações ao valor inicial de R$ 1,2 bilhão.
Além de garantir recursos para o Estado, o acerto também assegurou a continuidade das operações da Braskem em Alagoas, empresa que tem papel estratégico na economia local pela geração de emprego, arrecadação tributária e consumo de gás natural. O desenho final do acordo buscou equilibrar a reparação dos danos provocados pela crise geológica em Maceió com a preservação do ambiente de negócios.
Segundo Pereira, o governo trabalhou para “buscar uma solução definitiva, justa e equilibrada, que reparasse os danos, sem comprometer a presença e a operação da Braskem no Estado”. Para ele, o diálogo constante foi o elemento-chave para pacificar a relação entre a companhia e o Executivo.
Paralelamente às negociações, o secretário passou a coordenar estudos sobre os impactos da queda prevista no consumo de gás natural pela Braskem, estimada em 50%. Ele afirma que o Estado já iniciou um plano de diversificação do uso do gás, voltado para novos segmentos, como turismo, residências e serviços. A expansão da rede de distribuição para regiões do Sertão, Sul e, posteriormente, Litoral Norte está entre as ações projetadas.
De acordo com Vitor Pereira, a meta é compensar integralmente, em até quatro anos, a redução no consumo industrial por meio do aumento da demanda residencial, comercial e de serviços. “Essa pulverização é mais interessante para a companhia, pois traz maior valor agregado e segurança. Em vez de depender de um único grande consumidor, como a Braskem, teremos uma base de consumo diversificada e sustentável”, explicou.
Ele também destacou que o setor de gás permanece em expansão, com novos investimentos conduzidos pela Algás. Segundo o secretário, as medidas adotadas permitirão uma adaptação rápida durante a fase de transição do setor energético estadual.
O acordo é tratado internamente como um marco para a gestão atual e reforça a influência de Vitor Pereira no núcleo de decisões do governo. Além de conduzir negociações estratégicas, o secretário se firmou como interlocutor direto do governador Paulo Dantas junto a empresas relevantes e ao governo federal.

