Valdemar Costa Neto (PL) disse que minuta de pedido de asilo na Argentina estava no celular de Jair Bolsonaro, mas negou que ele fugiria
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou nesta segunda-feira (25/8) que “mandaram” para Jair Bolsonaro (PL) a minuta do pedido de asilo político à Argentina, encontrada pela Polícia Federal (PF) no celular do ex-presidente, mas não quis revelar quem enviou o documento.
“Mandaram para ele, agora que eu entendi”, disse Valdemar durante evento do Esfera Brasil, na capital paulista. “Eu sei quem foi, mas não quero falar. Mandaram para ele no celular. Não foi ele, porque ele nunca quis ir para lá e, se ele for para lá, ele não precisa pedir asilo, é só atravessar um rio que o Milei vai falar: ‘Bolsonaro!””, completou.
A minuta do pedido de asilo ao governo de Javier Milei consta do relatório da Polícia Federal que indiciou o ex-presidente, na semana passada. O documento, segundo a PF, foi encontrado no celular de Jair Bolsonaro apreendido por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na minuta apresentada pela PF, Bolsonaro afirma ser perseguido no Brasil “por motivos e por delitos essencialmente políticos” e cita recentes medidas cautelares das quais foi alvo por ordem do STF. Segundo relatório, o pedido de asilo foi salvo no celular de Bolsonaro em fevereiro de 2024, dias após o ex-presidente ter sido alvo de uma operação enquanto estava em Angra dos Reis (RJ).
Valdemar compara Bolsonaro a Che GuevaraDurante a sua fala nesta segunda (25/8), Valdemar reafirmou essa posição de perseguição política e ainda comparou o ex-presidente a Che Guevara, que foi alvo de uma perseguição interna ao liderar a Revolução Cubana.
“Estão transformando o Bolsonaro em um Che Guevara. Quero dizer, não com o que o Che Guevara fez, porque ele era de esquerda, mas no prestígio que ele tinha. Porque ele tinha um carisma tão grande que o Fidel teve que ficar livre dele em Cuba, porque ele atrapalhava a vida do Fidel”, completou Valdemar.
Entenda o indiciamento de Bolsonaro
A Polícia Federal (PF) indiciou Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito por meio da restrição ao exercício dos poderes constitucionais.
A PF concluiu as investigações que apuraram ações de coação no curso da Ação Penal nº 2.668, em trâmite no STF. O processo tem como alvo suposta tentativa de golpe de Estado ocorrida no Brasil entre 2022 e 2023.
O indiciamento ocorre em meio às sanções dos Estados Unidos a autoridades brasileiras e à pressão do governo de Donald Trump, que classificou a ação contra o ex-presidente como uma “caça às bruxas”.
Com isso, a PGR dispõe de 48 horas, o mesmo prazo que havia sido dado à defesa do ex-presidente.
Menções a Bolsonaro
O nome do ex-presidente marcou as falas dos presentes durante o evento do Esfera Brasil, nesta segunda. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, reconheceu a relevância de Bolsonaro e disse que ele “conquistou” uma importância que poderá ser determinante nas definições do primeiro turno.
Já o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que é um dos nomes cogitados para substituir Bolsonaro nas eleições de 2026, evitou citar o nome do seu padrinho político, e lançou um slogan para um possível governo em 2026, lembrando o ex-presidente Juscelino Kubitschek.
Por: Metrópoles
