O Tribunal do Júri sentenciou Janadaris Sfredo a 28 anos de prisão em regime inicialmente fechado pelo assassinato do advogado Marcos André de Deus Félix, ocorrido em março de 2014, na Praia do Francês, em Marechal Deodoro.
O crime, caracterizado como emboscada, resultou em uma investigação que se arrastou por mais de uma década. A decisão ainda pode ser contestada por meio de recursos legais.
Dos 28 anos de prisão a que foi condenada pelo assassinato do advogado Marcos André de Deus Félix, Janadaris Sfredo já cumpriu quatro, reduzindo a pena restante para 24 anos. Desse total, metade deverá ser cumprida em regime fechado, ou seja, 12 anos de reclusão.
O julgamento, transferido para Maceió, aconteceu no Fórum Jairo Maia Fernandes, no Barro Duro, e se estendeu por cerca de 19 horas. Durante a sessão, presidida pelo juiz Geraldo Amorim, da 9ª Vara Criminal, foram ouvidas nove testemunhas.
O Ministério Público atuou por meio do promotor Coaracy Fonseca, enquanto os advogados Roberto Moura, Julia Figueiredo e André Argolo participaram como assistentes de acusação.
No decorrer do julgamento, a acusação sustentou que o assassinato de Marcos André de Deus Félix teria origem em conflitos pessoais, apresentando relatos de que, ainda no hospital, a vítima teria indicado Janadaris Sfredo como responsável pelo crime e citado um suposto pagamento de R$ 50 mil pela execução.
Janadaris, por sua vez, afirmou ao EXTRA que sempre foi tratada como suspeita e marginalizada desde o início das investigações em Alagoas, sendo considerada uma “forasteira”. A sessão contou com a presença de familiares do advogado, que vestiam camisetas com pedidos de justiça.
Durante o julgamento, Manuela de Deus Félix, irmã da vítima, passou mal e declarou que a condenação traz algum alívio, mas não diminui a dor pela perda do irmão.
Após a sentença, os advogados que atuaram como assistentes de acusação emitiram nota pedindo que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Alagoas retire Janadaris Sfredo dos quadros da entidade, alegando incompatibilidade com o exercício da profissão.
Após o julgamento, Janadaris foi encaminhada à Central de Flagrantes, passou pelo Instituto Médico Legal (IML) para exame de corpo de delito e, em seguida, seguirá para o presídio onde cumprirá a pena.