• Email
  • Facebook
  • Instagram
  • Twitter
  • YouTube
  • Login
Política Alagoana
  • Início
  • Notícias
  • Política
  • Municípios
  • Turismo
  • Início
  • Notícias
  • Política
  • Municípios
  • Turismo
No Result
View All Result
Política Alagoana
No Result
View All Result

Temperaturas extremas elevam mortes evitáveis no Brasil e globalmente

by Laura Gabrielle
17/07/2025
in Notícias
Reading Time: 8 mins read
0
Temperaturas extremas elevam mortes evitáveis no Brasil e globalmente

As temperaturas extremas estão tirando vidas de forma silenciosa e desigual. É o que aponta uma pesquisa divulgada em maio pela revista científica Temperature. O estudo analisou registros de mortalidade na Índia entre 2001 e 2019 e estimou que mais de 34 mil mortes ocorreram devido aos efeitos diretos do calor e do frio intensos. A escolha do país como foco da investigação se deu por conta de um conjunto de fatores que ampliam a vulnerabilidade da população: densidade demográfica elevada, pobreza generalizada, crescimento urbano desorganizado e os impactos crescentes das mudanças climáticas, uma realidade que encontra paralelos em países como o Brasil.

Segundo os pesquisadores, muitas das mortes poderiam ter sido evitadas com políticas públicas mais eficazes e estratégias preventivas. Os estados com menor grau de urbanização e baixos investimentos sociais apresentaram as taxas mais elevadas de mortalidade, evidenciando como infraestrutura precária e ausência de proteção social agravam os efeitos do clima. O estudo também revelou um padrão marcante: enquanto o frio afetou homens e mulheres de maneira semelhante, o calor extremo foi especialmente letal para homens em idade produtiva.

Related posts

Vacinação contra o HPV para jovens de 15 a 19 anos é ampliada até dezembro

Vacinação contra o HPV para jovens de 15 a 19 anos é ampliada até dezembro

2025-09-13T11:43:37-03:000000003730202509
Cidades de Alagoas têm alerta de baixa umidade para este fim de semana

Cidades de Alagoas têm alerta de baixa umidade para este fim de semana

2025-09-13T11:23:54-03:000000005430202509

O perigo das temperaturas extremas não se limita à realidade indiana. Diferente de eventos como enchentes ou incêndios, o calor e o frio matam de forma discreta, sem causar alarde imediato. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 489 mil pessoas perderam a vida por exposição ao calor entre 2000 e 2019 no mundo. Mesmo em regiões com maior infraestrutura, como a Europa, os impactos são severos: só a onda de calor de 2003 foi responsável por mais de 70 mil mortes em apenas três meses.

A enfermeira Lis Leão, pesquisadora sênior do Centro de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, do Einstein Hospital Israelita, e editora do livro Natureza, Clima e Saúde Pública (2024), concorda com os autores da pesquisa de que essas são mortes que poderiam ser evitadas por condições adequadas e políticas públicas para reduzir a exposição ao calor e ao frio. “Mas a gente sabe que nem toda a população tem a possibilidade de se precaver e de estar numa condição que a proteja das temperaturas extremas”, pondera.

Lis Leão, enfermeira e pesquisadora sênior do Centro de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, além de editora do livro Natureza, Clima e Saúde Pública (2024), concorda com os autores da pesquisa ao afirmar que essas mortes poderiam ser evitadas por meio de políticas públicas eficazes e condições adequadas para minimizar a exposição ao calor e ao frio. “Mas a gente sabe que nem toda a população tem a possibilidade de se precaver e de estar numa condição que a proteja das temperaturas extremas”, pondera.

Impactos desiguais do clima extremo

As variações extremas de temperatura têm impactos diretos e graves na saúde da população brasileira, especialmente entre os grupos mais vulneráveis. Idosos, que frequentemente vivem sozinhos e sem suporte adequado, e recém-nascidos, cuja capacidade de regular a temperatura corporal ainda é limitada, são os mais afetados. Além disso, pessoas em situação de rua e trabalhadores expostos ao ar livre, como aqueles da construção civil, agricultura e coleta de resíduos, enfrentam riscos elevados por passarem longos períodos sob calor ou frio intensos, muitas vezes sem proteção adequada. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de 2022, cerca de 282 mil pessoas vivem nas ruas do Brasil, expostas continuamente a essas condições severas, sem acesso regular a abrigo ou água potável.

O corpo humano regula a temperatura eficientemente em condições amenas, mas as temperaturas extremas provocam sérias alterações fisiológicas. A exposição prolongada ao calor pode levar a problemas como insolação, arritmia cardíaca, infarto, edema pulmonar e vasodilatação, além de aumentar a chance de insuficiência renal aguda, acidente vascular cerebral (AVC), distúrbios neurológicos e transtornos mentais. Por sua vez, o frio intenso eleva os riscos cardiovasculares e respiratórios e pode facilitar o surgimento de doenças infecciosas, como pneumonia.

Um estudo divulgado em 2022 na revista Nature Medicine, baseado em dados de 326 cidades de nove países latino-americanos, indicou que aproximadamente 6% das mortes urbanas na região estão ligadas a temperaturas extremas, tanto de calor quanto de frio. Nos dias de calor intenso, cada aumento de 1°C na temperatura ambiente foi associado a um acréscimo de 5,7% nas mortes gerais, enquanto cerca de 10% dos óbitos por causas respiratórias podem ser atribuídos ao frio.

Outra pesquisa, publicada em dezembro de 2024 na Environmental Epidemiology, revelou que entre 1997 e 2018 o Brasil registrou mais de 142 mil mortes relacionadas a temperaturas extremas. Destas, o frio foi responsável por cerca de 113 mil, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, enquanto o número de mortes associadas ao calor tem aumentado rapidamente, sobretudo nas regiões Norte e Centro-Oeste.

A desigualdade climática fica evidente nas condições enfrentadas por trabalhadores ao ar livre e moradores em situação de rua. Para a pesquisadora Lis Leão, do Einstein, é urgente que políticas públicas levem em conta essas realidades para oferecer proteção adequada a essas populações vulneráveis. “Quem está cuidando desses trabalhadores ou dos moradores de rua? A gente depende de políticas públicas que considerem essas mudanças climáticas para atender melhor esse tipo de população”, afirma.

Leão destaca que muitas ações educativas de saúde não refletem as condições reais das pessoas que mais precisam delas. “A educação em saúde é muito importante, mas não podemos perder de vista qual é a população que estamos orientando”, explica. Ela dá o exemplo das recomendações para evitar exposição ao sol entre 10h e 16h, um conselho difícil de seguir para quem trabalha na rua. “Quais são as outras medidas que podemos trazer?”, questiona.

Embora existam iniciativas pontuais, como a adaptação de jornadas na construção civil e a promoção da hidratação contínua para idosos, essas ações ainda são insuficientes diante da crescente frequência e intensidade dos extremos climáticos. Para Leão, a solução precisa ser estrutural e baseada em políticas públicas eficazes que melhorem as condições de vida para enfrentar os episódios de calor e frio cada vez mais frequentes. “É preciso políticas públicas que consigam melhorar a vida das pessoas para que elas tenham condições de enfrentar essas crises de calor e de frio, que vão ser cada vez mais frequentes”, ressalta.

Reconhecendo a urgência do problema, o governo federal retomou a agenda climática em 2023 com o lançamento do Plano Clima, uma estratégia interministerial que orienta políticas públicas voltadas à mitigação e adaptação às mudanças climáticas até 2035. No entanto, ainda há desafios significativos relacionados à falta de investimentos e recursos para enfrentar esse cenário.

Dentro da agenda climática, o Ministério da Saúde lançou o Plano Setorial da Saúde para Mitigação e Adaptação à Mudança do Clima, que reconhece os impactos diretos das mudanças climáticas sobre a saúde pública e estabelece diretrizes para enfrentar esses riscos. Paralelamente, o Ministério das Cidades desenvolve projetos focados em tornar cidades e periferias mais resilientes, por meio de intervenções como arborização urbana e a criação de centros de resfriamento, especialmente voltados para municípios vulneráveis.

No campo da vigilância epidemiológica, há um esforço crescente para integrar dados ambientais com informações de instituições como o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo Diego Ricardo Xavier, pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Icict/Fiocruz), essa aproximação é fundamental para aprimorar sistemas de alerta e monitoramento de eventos climáticos extremos.

No cenário municipal, cidades como São Paulo e Rio de Janeiro já adotam medidas específicas para enfrentar as altas temperaturas. São Paulo mantém a Operação Altas Temperaturas, que oferece tendas de hidratação para pessoas em situação de rua durante os dias mais quentes. O Rio de Janeiro, após a morte de uma jovem durante uma onda de calor em 2023, instituiu em 2024 um protocolo que classifica o calor em uma escala de 1 a 5. Em fevereiro de 2025, a cidade enfrentou pela primeira vez o nível 4, caracterizado por calor extremo prolongado entre 40° e 44°C, o que levou à emissão de alertas e à implementação de um esquema especial em unidades de saúde para atender casos de hipertermia.

Nos estados do Sul do país, o frio intenso demanda ações emergenciais mais frequentes, incluindo abrigos temporários, campanhas de doação de agasalhos, distribuição de cobertores e refeições quentes. Cidades como Curitiba, Porto Alegre e Florianópolis incorporam essas iniciativas ao seu calendário de inverno, ainda que enfrentem limitações diante da crescente demanda.

Apesar dessas iniciativas, Lis Leão, pesquisadora do Einstein, aponta que ainda não há uma resposta integrada e eficaz para os desafios climáticos na saúde pública. Ela ressalta que a percepção do clima como uma variável externa, pouco tangível, dificulta a formulação de políticas abrangentes. “Na verdade, nem os outros determinantes sociais de saúde, que a gente já conhece há muito mais tempo, são tratados adequadamente, como o saneamento básico e o acesso à saúde em si. Problemas conhecidos há mais tempo ainda não estão adequadamente solucionados”, observa.

Para Diego Xavier, da Fiocruz, a fragmentação entre ministérios dificulta o enfrentamento do problema, que é complexo e transversal, envolvendo modelos de produção, consumo e desenvolvimento econômico. “A gente precisa de intervenções que considerem mudança de cultura mesmo, educação e de modelo econômico”, afirma.

Na visão de Leão, as prioridades incluem a elaboração de planos de adaptação focados na saúde, sistemas de alerta precoce acessíveis, centros de resfriamento e hidratação, arborização urbana, capacitação de profissionais e protocolos específicos para o atendimento dos efeitos do estresse térmico. Contudo, o principal desafio é garantir os investimentos necessários.

“Os planos de adaptação precisam de uma coordenação intersetorial. Precisam de investimento. Na própria COP [Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas], a saúde ainda é um tema que tem muito pouco recurso. O dinheiro está sendo investido em outras áreas relacionadas ao clima, como transição energética, transporte, e não na área da saúde, que corresponde ao destino final das alterações climáticas”, avalia Leão.

Embora a população esteja cada vez mais consciente das mudanças climáticas e seus impactos na saúde, a resposta governamental segue lenta. “A gente precisa de maior agilidade para desenhar esses planos de adaptação, para implementá-los e depois ter uma avaliação se deram certo. Mas a gente ainda nem desenhou todos eles, que dirá implementá-los e avaliá-los”, conclui a pesquisadora.

Tags: Brasilcalorsaúde
Previous Post

Quaest: Lula lidera 1º turno, mas empata com Tarcísio na margem de erro em 2º turno

Next Post

Lula veta aumento de deputados e Alagoas pode perder vagas nas bancadas federal e estadual

Next Post
Lula veta aumento de deputados e Alagoas pode perder vagas nas bancadas federal e estadual

Lula veta aumento de deputados e Alagoas pode perder vagas nas bancadas federal e estadual

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

No Result
View All Result

Postagens Recentes

  • Vacinação contra o HPV para jovens de 15 a 19 anos é ampliada até dezembro
  • Cidades de Alagoas têm alerta de baixa umidade para este fim de semana
  • Guedes e Moro foram avisados sobre fraudes no INSS na gestão Bolsonaro
  • Acordo de livre comércio entre Mercosul e EFTA será assinado no dia 16
  • Bolsonaro pode ser preso até dezembro se recursos forem rejeitados

Arquivos

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In
No Result
View All Result
  • Blog
  • Contato
  • Enquetes
  • Home
  • Home 2
  • Sobre

© 2025 JNews - Premium WordPress news & magazine theme by Jegtheme.