O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), emergiu como um dos principais porta-vozes da pauta pela anistia aos réus do 8 de janeiro. Em discurso realizado no Sete de Setembro, diante de dezenas de milhares de manifestantes que lotaram a Avenida Paulista, Tarcísio criticou diretamente o Supremo Tribunal Federal (STF) e classificou como “abusos da ditadura de toga” as decisões da Corte.
“O que disse traduz o sentimento da população”, afirmou o governador, justificando o tom incisivo de sua fala. O posicionamento de Tarcísio reforça o alinhamento com a maior bandeira da direita atualmente, em um momento em que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Primeira Turma do STF, acusado de articular uma trama golpista em 2022, entra na fase decisiva, com veredicto esperado para sexta-feira (12).
Impacto político
Especialistas apontam que a postura crítica de Tarcísio pode gerar atritos com ministros do STF e reduzir sua capacidade de interlocução com a Corte. No entanto, a avaliação predominante é de que o movimento reflete uma escolha estratégica em meio à crise que mobiliza não apenas Congresso e sociedade civil, mas também pressões externas vindas do governo dos Estados Unidos.
Mobilização nas ruas
O ato em São Paulo reuniu manifestantes que pediram não apenas a anistia dos condenados pelos ataques de 8 de janeiro, mas também o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, relator de diversos processos relacionados aos eventos antidemocráticos. O clima de pressão das ruas reforçou o discurso de Tarcísio e consolidou sua imagem como liderança capaz de canalizar os anseios da base bolsonarista.