A ordem de prisão foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes (STF). Parlamentar foi preso por suspeita de vazar informações sigilosas durante a operação que resultou na prisão de TH Joias, em setembro.
Fonte: Márcia Brasil, Marco Antônio Martins, TV Globo e g1 Rio
O superintendente da Polícia Federal no Rio, Fábio Galvão, convidou o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), para uma reunião na manhã desta quarta-feira (3). Bacellar aceitou o convite e acabou preso no local, onde também teve o celular apreendido.
Segundo a PF, a estratégia foi adotada para evitar “espetacularização” e novos vazamentos durante a Operação Unha e Carne. A ordem de prisão foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes (STF).
O parlamentar foi preso por suspeita de vazar informações sigilosas durante a Operação Zargun, que resultou na prisão do empresário e deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, em setembro.
A Alerj informou que ainda não foi comunicada oficialmente sobre a operação ocorrida nesta manhã e “assim que tiver acesso a todas as informações, irá tomar as medidas cabíveis.”
Até a última atualização desta reportagem, a defesa de Bacellar não tinha se manifestado.
Casa revirada
TH deixou a casa revirada na véspera da operação, levantando suspeitas de que ele poderia ter sido avisado antecipadamente.
O Blog do Octavio Guedes mostrou que, na tarde de 2 de setembro, véspera da Operação Zargun, Bacellar ligou para TH Joias e o orientou a destruir provas — o ourives chegou a organizar uma mudança e usou até um caminhão-baú para isso.
Na época da Operação Zargun, o procurador-geral de Justiça do RJ, Antonio José Campos Moreira, determinou a abetura de uma investigação para apurar um possível vazamento de informações.
Segundo ele, houve “certa dificuldade” para localizar o deputado estadual TH Joias.
“O parlamentar havia saído do condomínio por volta das 21h40 [de terça, 2, véspera da operação], deixando a casa completamente desarrumada, o que pode sugerir uma fuga e o desfazimento de vestígios de fatos criminosos”, afirmou na ocasião.
TH não estava em casa, na Barra da Tijuca, quando as equipes chegaram e só foi encontrado horas depois na residência de um amigo, no mesmo bairro.
“Isso tem que ser apurado para que não ocorra o que mutas vezes ocorre: um trabalho de investigação e denúncias, e as prisões ficam no vazio”, declarou Campos Moreira.

