O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), pediu desculpas públicas nesta quinta-feira (7/8) ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), pelas ações de obstrução lideradas pela oposição nos últimos dias. A declaração foi feita no plenário da Câmara, durante sessão após o episódio que travou os trabalhos legislativos entre terça (5) e quarta-feira (6).
“Ontem, com o acirrar dos ânimos, eu, com Vossa Excelência, não fui correto, e te peço perdão da tribuna da Câmara. Não fui correto no privado, mas faço questão de pedir perdão em público. Nós não estávamos emocionalmente estruturados para aquilo”, reconheceu Sóstenes.
O parlamentar ainda elogiou a postura de Motta ao lidar com o impasse: “Foi muito paciente”, afirmou.
A obstrução promovida por parlamentares da oposição ocorreu em reação à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante o protesto, deputados e senadores se revezaram ocupando a Mesa Diretora das duas Casas, impedindo o avanço de votações e atividades em comissões.
Na noite de quarta-feira, os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), conseguiram negociar com os partidos e aliviar a tensão no Congresso, permitindo a retomada dos trabalhos legislativos.
Em nota, Sóstenes esclareceu que não houve compromisso de pauta firmado por Motta com a oposição, e destacou que as discussões sobre propostas como o fim do foro privilegiado e a anistia ainda devem ser tratadas com os líderes partidários.
“O compromisso é com os líderes, e nós, que representamos a maioria, vamos, sim, pautar o fim do foro privilegiado e a anistia”, declarou.
Antes da sessão que selou o fim da obstrução, Sóstenes foi visto no gabinete do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL). Embora não tenha revelado o motivo da visita, o gesto foi interpretado como uma tentativa de mediar a crise entre oposição e presidência da Casa.