O Senado Federal firmou contrato para locação de 79 veículos utilitários esportivos de luxo e uma minivan adaptada por R$ 796,5 mil mensais, valor que supera em mais de 100% o custo do acordo anterior de R$ 377,8 mil.
A aquisição inclui modelos Chevrolet Equinox das versões Activ Turbo e RS Turbo 2025, com motor 1.5 turbo de 177 cavalos de potência, teto solar, conectividade de última geração, Wi-Fi nativo e assistente virtual integrado. A minivan é do modelo T8 da JAC Motors, adaptada para transporte de pessoas com deficiência.
Em resposta a questionamentos, a assessoria do Senado atribuiu a escolha a critérios de “segurança institucional”, afirmando que “o SUV, por sua concepção, dificulta a visualização do interior e proporciona maior capacidade de resposta em eventual necessidade de manobra evasiva”. A Casa destacou que avaliou especificações como sistemas de airbag, freios ABS, comprimento mínimo, altura máxima e distância entre eixos.
O contrato anterior previa 79 sedans Toyota Corolla ou Nissan Sentra e uma minivan Kia Carnival. A atualização da frota representa significativa elevação de custos, embora o Senado afirme que itens de conforto como teto solar “não foram e não estão presentes nos requisitos obrigatórios do Edital” e “agregam custo desnecessário”.
A distribuição prevê um veículo para cada parlamentar, além de unidades para o diretor-geral e secretário-geral da Mesa Diretora. Cinco senadores abriram mão do benefício: Confúcio Moura (MDB-RO), Vanderlan Cardoso (PSD-GO), Eduardo Girão (Novo-CE), Jorge Kajuru (PSB-GO) e Cleitinho (Republicanos-MG).
O presidente Davi Alcolumbre (União-AP) possui direito a dois Toyota SW4 SRX 2023/24 movidos a diesel, sendo uma unidade blindada para seu uso e outra para escolta policial, com custo total de R$ 719,6 mil por 30 meses, equivalente a aproximadamente R$ 30 mil mensais.
A administração senatorial justificou a opção pela locação em vez da compra devido a fatores como previsibilidade orçamentária, renovação periódica da frota, flexibilidade contratual e redução de complexidade administrativa. Argumentou ainda que a posse de frota própria demandaria estrutura adicional para manutenção, combustível e seguros, além de imobilizar capital e não oferecer veículos substitutos imediatos em caso de sinistro.
Regras do Senado restringem uso de carros oficiais a atividades parlamentares no DF
O regulamento do Senado Federal estabelece que o uso de veículos oficiais é permitido exclusivamente para senadores, o diretor-geral e o secretário-geral da Mesa. A circulação dos automóveis fica limitada ao Distrito Federal e à região do Entorno – compreendida como área de até 100 quilômetros do Senado -, com exceção de situações de emergência devidamente autorizadas.
Os carros devem ser utilizados estritamente para fins funcionais, sendo proibido seu uso de sexta-feira à noite até segunda-feira pela manhã, durante feriados ou quando o parlamentar estiver fora do Distrito Federal, salvo com autorização formal do primeiro-secretário da Casa.
O contrato de locação prevê renovação da frota a cada dois anos e seis meses, podendo ser prorrogado por períodos entre cinco e dez anos. Todos os veículos já se encontram em operação, cabendo à Coordenação de Transportes o controle diário que inclui registro de finalidade do serviço, identificação do veículo e motorista, horários, trajetos, quilometragem e vistorias técnicas.













