A maioria dos brasileiros reprovou a sanção imposta pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Segundo levantamento divulgado nesta quinta-feira (31/7) pela consultoria Quaest, 60% das menções nas redes sociais classificaram a medida como negativa.
A pesquisa monitorou cerca de 1,6 milhão de postagens entre os dias 28 e 30 de julho, período que antecedeu e sucedeu a oficialização da sanção com base na chamada Lei Magnitsky. A média foi de 18 mil postagens por hora, com participação de 391 mil autores únicos e alcance estimado de 63 milhões de visualizações por hora, incluindo usuários de fora do Brasil.
De acordo com o relatório, a percepção majoritária é de que a decisão de Trump representa uma afronta à soberania brasileira e teria como pano de fundo a tentativa de proteger a família Bolsonaro. A narrativa predominante nas críticas é de que os argumentos usados para justificar a sanção não se sustentam juridicamente.
Internautas também destacaram que Moraes não possui contas bancárias nem bens nos Estados Unidos, o que, na prática, inviabilizaria qualquer impacto efetivo da medida contra ele.
Por outro lado, 28% das publicações analisadas defenderam a decisão de Trump, enquanto 12% foram classificadas como neutras, com tom informativo. A Quaest aponta que a base de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro se mobilizou para usar a sanção como argumento em uma narrativa de perseguição política e censura supostamente imposta por Moraes, deslocando o foco da discussão para o contexto interno brasileiro.
Apesar do alto volume de interações, a repercussão nas redes ficou abaixo da registrada no dia em que a Polícia Federal deflagrou operação contra Bolsonaro. Ainda assim, superou temas como o embate entre Congresso e governo Lula sobre o IOF e o inquérito sobre tentativa de golpe em novembro do ano passado.