Micro e pequenas empresas correspondem a 94% dos negócios com registro ativo em Maceió, conforme o levantamento mais recente da Junta Comercial do Estado (Juceal). Apesar de representarem a maioria do cenário empresarial local, muitos desses empreendimentos enfrentam desafios para manter sua sustentabilidade financeira.
Na capital alagoana, o número de empresas de menor porte chega a 138.717, sendo 89.157 MEIs, 40.382 MEs e 9.178 empresas de pequeno porte. Para apoiar esses empresários, a Associação Comercial de Maceió oferece uma sala exclusiva para atendimento gratuito da Unidade Parceiro Sebrae. Os agendamentos podem ser feitos pelo site https://site.acmaceio.com.br/servico/parceiro-sebrae/. “As orientações são fundamentais tanto para quem está em dificuldade quanto para quem quer evitá-la”, destaca Isabella Bezerra, superintendente da Associação.
De acordo com o contador e palestrante Fabiano Azevedo, a saúde financeira das microempresas (MEs) e dos microempreendedores individuais (MEIs) costuma ser comprometida por três falhas comuns, que podem até levar ao fechamento do negócio. “São armadilhas silenciosas que começam pequenas, mas se acumulam e geram problemas grandes e caros de resolver”, alerta ele.
Inadimplência com obrigações fiscais
Esquecimento, desorganização ou falta de orientação são causas comuns para que muitos empreendedores deixem de cumprir suas obrigações fiscais. Débitos como o Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) em atraso, a não entrega da declaração do Simples Nacional (DASN-SIMEI) ou o envio irregular de notas fiscais podem acarretar multas, bloqueio do CNPJ e até a exclusão do regime tributário.
Para evitar esses problemas, Fabiano recomenda que os empresários mantenham um calendário fiscal sempre atualizado e utilizem lembretes automatizados. “O ideal é garantir que todas as obrigações sejam enviadas corretamente e dentro dos prazos estabelecidos. Caso existam pendências, é fundamental regularizá-las o quanto antes e considerar o parcelamento junto à Receita Federal ou à Prefeitura”, orienta.
Falta de controle financeiro e planejamento de caixa
Confundir faturamento com lucro é um erro frequente entre empreendedores. “Vendas altas não significam dinheiro sobrando”, ressalta o contador. Além disso, misturar contas pessoais com as da empresa, gastar sem controlar o fluxo de caixa e não manter uma reserva para imprevistos comprometem a saúde financeira do negócio.
Para reverter essa situação, é fundamental separar as finanças pessoais das empresariais, registrar todas as movimentações financeiras e adotar ferramentas adequadas. Fabiano recomenda o uso de softwares de gestão, que facilitam o controle de caixa, a emissão de notas fiscais e a integração com o contador.
Ausência de orientação profissional
Assumir todas as responsabilidades sozinho é uma tentativa comum de economizar entre muitos empreendedores, mas essa estratégia pode trazer prejuízos. “Sem orientação contábil, fiscal e financeira, fica fácil cometer erros e tomar decisões baseadas em suposições”, alerta o especialista.
Fabiano destaca que o apoio profissional vai além do cumprimento das obrigações legais: ele ajuda a escolher o regime tributário mais adequado, evita penalidades e identifica oportunidades de economia e crescimento.