O ministro da Casa Civil, Rui Costa, classificou como “inacreditável” a investigação dos Estados Unidos contra o Pix e o comércio popular brasileiro. O governo norte-americano, por meio do Escritório do Representante de Comércio (USTR), abriu processo contra o Brasil com base na Seção 301 da legislação comercial dos EUA, que permite sanções a países considerados desleais. Entre os alvos estão produtos vendidos em centros populares como a rua 25 de Março, em São Paulo, e o uso do Pix.
Para Rui Costa, é absurdo que uma das maiores potências mundiais questione um sistema amplamente aceito por brasileiros, empresas e o setor financeiro. “É inacreditável algo dessa natureza”, disse. Ele destacou que o Brasil continuará dialogando, mas reafirmou que decisões sobre o sistema de pagamento ou comércio popular cabem unicamente ao país.
O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, também criticou a postura dos EUA, especialmente após o presidente Donald Trump anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Ele acusou o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro de colaborar com medidas que prejudicam a economia nacional.
As novas tarifas podem afetar duramente setores como agronegócio e aviação. A Embraer, por exemplo, estima perdas de até R$ 20 bilhões até 2030. O CEO da empresa classificou a taxação como um “perde-perde” que afetará empregos no Brasil e nos EUA.
O governo brasileiro avalia aplicar medidas de reciprocidade. O vice-presidente Geraldo Alckmin conduz negociações para tentar reverter a decisão. Caso não haja acordo, o presidente Lula afirmou que poderá impor tarifas equivalentes a produtos norte-americanos.