O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), condenou o gesto de manifestantes pró-anistia que estenderam uma bandeira dos Estados Unidos durante o ato realizado no domingo (7), na Avenida Paulista, em São Paulo. Em entrevista à Rádio Jacobina FM, nesta segunda-feira (8), ele disse nunca ter presenciado situação semelhante.
“Eu nunca vi, não conheço na história da humanidade, no dia da independência de um país, alguns políticos, algumas pessoas desse país erguerem a bandeira de outro país”, afirmou.
“Outro país que tem tomado medidas para destruir o emprego, as empresas e a economia do nosso país”, acrescentou, em referência às sanções econômicas aplicadas pelos EUA ao Brasil.Segundo o ministro, a cena deixou explícita a diferença entre os grupos políticos.
“Fica claro de que lado cada um de nós está: quem sempre esteve ao lado do povo brasileiro e quem usou até recentemente a bandeira do Brasil para defender seus próprios interesses e aquilo que não interessa à maioria do povo brasileiro.”
A presença da bandeira norte-americana no protesto repercutiu tanto entre apoiadores quanto entre opositores do governo. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que vive nos EUA desde o início do ano, compartilhou imagens do ato nas redes sociais. Ele disse enxergar no gesto uma forma de agradecimento ao ex-presidente Donald Trump pelas sanções impostas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Grande bandeira americana nas ruas do Brasil. Imagens de drone hoje, Dia da Independência do Brasil, em mais um protesto pela liberdade e contra Alexandre de Moraes. Uma grande bandeira dos EUA pode ser vista em agradecimento ao presidente Donald Trump”, escreveu Eduardo.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), também criticou a iniciativa dos manifestantes.
“Que ironia! Os que se dizem ‘patriotas’ carregam bandeiras dos EUA e de Israel em suas manifestações. Mas patriota de verdade é quem ergue a bandeira do Brasil, quem defende nossa soberania, nossa democracia e o direito do nosso povo decidir o próprio futuro”, declarou.

