Entre 2023 e 2024, Alagoas registrou um crescimento de 17,4% no rendimento médio mensal da população, o maior já observado no estado desde 2012, início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE. O avanço foi o segundo maior do país no período, atrás apenas de Pernambuco.
Mesmo com o salto, o rendimento médio no estado ficou em R$ 2.160 em 2024, ainda abaixo da média nacional, que alcançou R$ 3.057. Alagoas ocupa atualmente a 22ª colocação entre as 27 unidades da federação no ranking de rendimento mensal.
Os dados integram o módulo “Rendimento de todas as fontes” da PNAD Contínua, que considera diversas origens de renda, como salários, aposentadorias, pensões, aluguéis, programas sociais, entre outros.
O rendimento domiciliar per capita também avançou. Entre 2012 e 2024, o aumento foi de 48,5%. No último ano, Alagoas teve a quarta maior alta do país no indicador, ficando atrás de Pernambuco, Sergipe e Paraná. Ainda assim, o rendimento médio per capita no estado é de R$ 1.317 — um dos mais baixos do Brasil. Apenas Acre (R$ 1.239), Amazonas (R$ 1.231), Ceará (R$ 1.210) e Maranhão (R$ 1.078) apresentam valores inferiores. A média brasileira foi de R$ 2.020.
Em paralelo ao crescimento da renda, o estado voltou a registrar alta na desigualdade. O índice de Gini, que mede a concentração de renda em uma escala de 0 a 1, subiu para 0,518 em 2024. Em 2023, o índice havia sido de 0,486. Quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade. Alagoas tem atualmente o sexto maior índice do país, atrás do Distrito Federal (0,547), entre outros.
A pesquisa também mostra que os programas sociais continuam sendo uma importante fonte de renda para muitas famílias alagoanas. Cerca de 34,4% dos domicílios no estado recebem o Bolsa Família, proporção bem acima da média nacional, de 18,7%. O percentual se manteve estável ao longo dos anos, com pequenas variações: era de 34,1% em 2012 e 34,9% em 2023.
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) chega a 8% dos lares em Alagoas, índice superado apenas pelo Amapá (8,1%). Outros programas de transferência de renda compõem a renda mensal de 7% das residências no estado.