O senador Renan Calheiros (MDB-AL) confirmou ao jornal O Globo a linha de atuação que havia sido antecipada pelo Blog do Edivaldo Junior: o projeto que isenta do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil não retornará à Câmara dos Deputados.
Segundo ele, “não existe a menor possibilidade” de devolução, justamente para evitar que o texto sofra nova manobra ou seja novamente usado como “instrumento de chantagem”, algo que atribui ao ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
Renan reforçou que estabelecerá um cronograma acelerado no Senado Federal para a tramitação da proposta. Ele antecipou que o relatório será concluído dentro de 30 dias, conforme noticiado pelo portal Poder360. “O que tiver que ser emendado, será emendado. O que tiver que ser suprimido, será suprimido. Mas nosso esforço é para que a matéria não volte à Câmara”, disse.
Em relação à tramitação na Câmara, Calheiros acusou Lira de atrasar o tema e de ter transformado a proposta num instrumento de barganha: “Lá na Câmara ela serviu lamentavelmente como instrumento de chantagem e de pressão contra o governo e até sobre a pauta legislativa”, afirmou.
A proposta, que já foi aprovada pela Câmara em 1.º de outubro, agora tramita na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, sob relatoria de Renan. O objetivo é aprovar o texto ainda até a primeira quinzena de novembro para que as novas regras entrem em vigor a partir de 2026, conforme o cronograma discutido com o governo.
Para os trabalhadores com renda de até R$ 5 mil por mês, a medida representa isenção total do IR. Renan ressalta que isso “vira comida, conta paga, dívida quitada” e que os mais ricos devem contribuir proporcionalmente mais. O relator ainda sinalizou que irá retirar ou desmembrar dispositivos considerados “distorcidos” que teriam sido inseridos no projeto original na Câmara por Lira.
No contexto político, a ofensiva de Renan tem duplo objetivo: acelerar uma medida com forte apelo popular e, ao mesmo tempo, fragilizar o controle de Lira sobre essa pauta. A disputa ganha relevância extra diante das eleições de 2026 e da importância de questões tributárias para o eleitorado.
Fonte: Blog de Edivaldo Júnior