A disputa entre Renan Calheiros (MDB-AL) e Arthur Lira (PP-AL) em torno da isenção do Imposto de Renda foi decisiva. De acordo com reportagem de Letícia Casado, do UOL, o senador conseguiu forçar a Câmara dos Deputados a destravar o projeto que amplia a faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil.
Nos bastidores, Renan ligou para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e sugeriu que o governo editasse uma medida provisória para garantir o benefício já em 2026. O gesto foi interpretado como um recado direto a Lira, acusado de segurar a proposta há mais de seis meses na Câmara.
A pressão surtiu efeito. Dias depois, a Câmara colocou o tema em pauta e aprovou o projeto por ampla maioria. O movimento, visto como uma reação à ofensiva do senador, expôs a disputa política entre os dois alagoanos — ambos pré-candidatos ao Senado em 2026.
Com a manobra, Renan conseguiu tirar de Lira o protagonismo da proposta e reposicionar o Senado como o motor da discussão sobre o imposto de renda. Ao mesmo tempo, ampliou a pressão sobre o governo para cumprir uma das promessas mais populares do presidente Lula: aliviar o peso tributário sobre a classe média e os trabalhadores.
O resultado foi político e simbólico. Renan Calheiros transformou uma pauta técnica em instrumento de pressão e ainda ganhou visibilidade nacional. Lira, por sua vez, se viu obrigado a agir para não ser apontado como o responsável por travar um benefício com apoio de mais de 80% da população.
Fonte: Blog de Edivaldo Júnior