Nesta terça-feira (19), a Polícia Civil realizou uma operação contra um grupo criminoso especializado na falsificação de documentos de idosos e na contratação de empréstimos consignados não autorizados. A ação, denominada “Falso Consignado”, ocorreu nos bairros Cidade Universitária, Santa Lúcia, São Jorge, Jacintinho e Feitosa, em Maceió.
Ao todo, foram cumpridos 15 mandados de busca domiciliar, além de um mandado de prisão preventiva contra o líder do grupo criminoso. Segundo as investigações, a organização teria causado um prejuízo total de mais de R$ 1 milhão às vítimas, mas movimentado cerca de R$ 8 milhões em menos de dois anos.
O homem apontado como chefe do grupo já se encontra detido no Presídio de Segurança Máxima, onde cumpre pena pelo crime de homicídio qualificado. Agora, ele também responde pelos crimes de estelionato qualificado, lavagem de dinheiro e constituição de organização criminosa.
Além disso, ele possui processos na Justiça Federal, tendo sido preso anteriormente pela Polícia Federal por viabilizar aposentados em nome de pessoas inexistentes. Mesmo após a prisão, conseguiu reorganizar o grupo e manter parte do patrimônio adquirido com golpes anteriores.
No total, a Polícia Civil investiga 12 pessoas, sendo que cinco delas têm histórico de fraudes contra idosos ou contra o INSS.
Como funcionava o esquema?
O grupo criminoso falsificava documentos de beneficiários do INSS utilizando fotografias de idosos aliciados como laranjas. Com esses documentos falsos, eram criadas contas no sistema GOV.br em nome das vítimas, possibilitando a solicitação de empréstimos consignados de alto valor, principalmente em bancos digitais.
Após a aprovação dos empréstimos, os valores eram transferidos imediatamente para contas laranjas intermediárias, que realizavam novas movimentações até chegar ao líder do grupo ou a pessoas de confiança.
Quando chegava ao fim do período de carência dos empréstimos, os beneficiários lesados percebiam as fraudes e registravam reclamações junto às instituições financeiras. Em apenas uma delas, o prejuízo ultrapassa meio milhão de reais.
Segundo os investigadores, o total fraudado pelo grupo já passa de R$ 1 milhão, mas o montante real pode ser muito maior. Apenas cinco investigados movimentaram cerca de R$ 8 milhões em créditos suspeitos em apenas um ano e oito meses, sem comprovação de origem lícita.
A divisão de tarefas da organização criminosa
A organização criminosa era minuciosamente comandada por seu líder, um homem de 56 anos, e estruturada em diferentes núcleos que atuavam de forma coordenada para assegurar as vantagens ilícitas.
Um dos setores do grupo era especializado na falsificação de documentos, enquanto outro se dedicava ao recrutamento de laranjas e à constituição de empresas fictícias. Pessoas próximas ao líder eram responsáveis por resguardar seu patrimônio e garantir a continuidade das operações.
Embora o líder se apresentasse publicamente como construtor de imóveis, sua principal atividade era fraudar idosos e instituições bancárias.
Outros envolvidos ainda estão sob investigação por possível colaboração com o grupo, seja auxiliando na destruição de provas, seja ocultando bens dos participantes da organização criminosa.