O Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou nesta quinta-feira (16/10) uma nota pública condenando as recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a autorização de operações secretas da Agência Central de Inteligência (CIA) na Venezuela. Segundo o partido, a medida representa “uma afronta à soberania” do país vizinho e “uma grave violação do Direito Internacional”.
De acordo com o comunicado, o PT classificou a iniciativa como “inaceitável e deplorável”, ressaltando que as ações norte-americanas configuram “um cerco militar” contra o povo venezuelano. “Essas execuções sumárias, promovidas por forças militares dos Estados Unidos, são práticas ilegais, sem base jurídica e sem qualquer processo investigativo”, afirmou a sigla.
As operações da CIA, confirmadas por Trump na quarta-feira (15/10), podem incluir “ações letais” e outras atividades de inteligência no Caribe, conduzidas isoladamente ou em conjunto com forças armadas norte-americanas.
O partido também destacou que a atuação da CIA na América Latina tem histórico de “ingerências, ilegalidades, golpes e ditaduras sangrentas”, citando a participação da agência em episódios que resultaram em regimes autoritários no Brasil e no Chile no século passado.
“O Partido dos Trabalhadores condena com veemência mais um ataque dos EUA à soberania da Venezuela. Defendemos o Direito Internacional e os princípios da não ingerência e da autodeterminação dos povos em qualquer parte do mundo”, conclui a nota.
Resposta de Maduro e ações militares no Caribe
Em reação às declarações de Trump, o governo de Nicolás Maduro classificou o discurso do republicano como “belicoso e extravagante” e acusou Washington de manter “uma política de agressão, ameaças e assédio” contra a Venezuela.
Desde setembro, os Estados Unidos têm realizado bombardeios a embarcações no Mar do Caribe, sob a justificativa de combater organizações narcoterroristas. O ataque mais recente ocorreu na terça-feira (14/10), em águas internacionais próximas à costa venezuelana, resultando na morte de seis pessoas.
Segundo o governo norte-americano, as vítimas eram ligadas ao tráfico de drogas, mas Caracas contesta essa versão, afirmando que os mortos eram pescadores. O regime venezuelano pediu à comunidade internacional que investigue os episódios, que já somam cinco ataques desde agosto e vêm sendo alvo de críticas de entidades internacionais.