Nessa quarta-feira (10), o deputado federal Reimont (PT-RJ) protocolou junto à Procuradoria-Geral da República uma representação em nome do Partido dos Trabalhadores. O documento solicita a abertura de investigação contra os parlamentares Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO), além do bloqueio imediato das redes sociais de ambos.
De acordo com o documento, os deputados Nikolas e Gayer teriam feito publicações relacionando as atuais mobilizações no Nepal ao cenário político vivido no Brasil.
O ofício sustenta que essas manifestações nas redes sociais têm caráter comparativo e ressalta que tais declarações “configuram clara tentativa de insuflar nova ruptura democrática e incentivar atos de desobediência civil com potencial de resultar em violência política, caos institucional e graves violações de direitos humanos”.
O texto destaca que, no Nepal, as manifestações resultaram em “caos social, mortes, episódios de violência extrema e até pessoas sendo torturadas publicamente”. Na avaliação do PT, incentivar algo semelhante em território brasileiro configuraria um “risco concreto e iminente à paz social e à segurança da população”.
Em suas redes sociais, o deputado Reimont, que preside a Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara, declarou que “quem ataca o Estado Democrático de Direito e as liberdades deve responder na justiça”.
Publicações controversas
Na terça-feira (9), o deputado Nikolas Ferreira compartilhou novamente um vídeo no qual uma testemunha relata que manifestantes no Nepal incendiaram prédios públicos e residências em protestos contra restrições às redes sociais.
Ao comentar a postagem, Nikolas escreveu: “o Nepal cansou”. Posteriormente, o mesmo conteúdo foi republicado pelo deputado Gustavo Gayer.
Em sequência, o deputado mineiro Nikolas Ferreira compartilhou outro vídeo, desta vez comemorando o que chamou de “menos um regime comunista no mundo”.
As manifestações no Nepal começaram como protestos contra a corrupção no governo e se agravaram após a suspensão de várias redes sociais. Desde segunda-feira (8), os atos nas ruas resultaram em tumultos e caos, com pelo menos 19 mortes registradas.