A prisão do cantor Marlon Brandon Coelho Couto, conhecido como MC Poze do Rodo, realizada na manhã desta quinta-feira (29/5) por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Civil do Rio de Janeiro, gerou forte repercussão nas redes sociais. Imagens do momento em que o artista foi transferido para a delegacia rapidamente viralizaram e levantaram debates sobre a conduta policial.
Artistas do cenário musical, como Mauro Nepomuceno, o Oruam, e Rodrigo Freitas Fernandes Morais, o Major RD, usaram suas redes para criticar a abordagem dos agentes. Internautas também questionaram a diferença de tratamento entre o funkeiro e outros presos, como o bicheiro Rogério de Andrade, em situações semelhantes.
Em uma publicação na rede social X (antigo Twitter), uma usuária comparou fotos das duas prisões e escreveu: “Duas imagens, mesmos crimes, duas pessoas diferentes. Isso tem nome.” Outro internauta afirmou: “Com bicheiros, são uns gatinhos. Com artista favelado, são leões.”
O rapper Major RD classificou a prisão como “covardia” e criticou a forma como MC Poze foi conduzido. “Segurado pelo pescoço, como se fosse o maior traficante do Rio de Janeiro. Por que canta no baile? É apologia cantar no baile? […] O baile rola embaixo do nariz de vocês porque vocês recebem para o baile rolar”, afirmou.
Oruam também se manifestou nas redes, defendendo o colega: “Algemaram o Poze, nem precisava disso. O cara é exemplo para várias pessoas. Eles gostam de denegrir nossa imagem. Todo mundo sabe que isso é mentira, o Poze canta nos bailes das favelas, mas não é envolvido com nenhuma facção.”
Acusação
MC Poze foi preso temporariamente na madrugada desta quinta-feira (29/5). De acordo com a Polícia Civil, as investigações apontam que o cantor teria ligação direta com membros da cúpula da facção criminosa Comando Vermelho (CV).
Durante coletiva de imprensa, o secretário estadual de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, afirmou que as músicas do artista funcionariam como “instrumento de propaganda do Comando Vermelho”.
“Temos que separar quem é artista e quem é integrante da facção criminosa, elemento travestido de artista. Essa ideologia, às vezes, é muito mais lesiva do que um tiro de fuzil na favela”, declarou Curi.
O caso segue sob investigação e a defesa do cantor ainda não se manifestou publicamente.