A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), presa desde o dia 29 de julho em Roma, na Itália, divulgou nesta quarta-feira (6/8) uma carta escrita à mão em que se pronuncia sobre sua detenção. No texto, datado do dia anterior, a parlamentar afirma estar com a “consciência tranquila de quem é inocente” e critica duramente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a quem chama de “ditador”.
“Quero me pronunciar que estou sendo ‘forte e corajosa’, mantendo a fé e a cabeça erguida, uma consciência tranquila de alguém inocente. Tenham força, fé e coragem. O Brasil é um país abençoado e nenhum ditador nos colocará de joelhos”, escreveu Zambelli na mensagem divulgada por sua defesa.
A deputada está detida no Instituto Penitenciário de Rebibbia, localizado na periferia de Roma, onde deve permanecer até a conclusão do processo de extradição solicitado pelo governo brasileiro. A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que já adotou as providências necessárias para o trâmite legal da extradição.
Zambelli foi capturada após ter sido localizada com o auxílio do deputado italiano Angelo Bonelli, que repassou às autoridades o endereço em que a parlamentar estava hospedada. Ela havia sido considerada foragida desde o fim de maio, quando o STF a condenou a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão hacker do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A parlamentar já passou por audiência de custódia em solo italiano, no último dia 1º de agosto. Uma nova audiência está prevista para o dia 13 deste mês, quando a Justiça italiana deverá avaliar novamente o pedido de extradição apresentado pelo Brasil.

