Durante pronunciamento na Câmara Municipal de Maceió, o vereador David Empregos (União Brasil) fez duras críticas à qualidade dos serviços prestados pelas empresas BRK Ambiental e Equatorial Energia. O parlamentar relatou a própria experiência com a falta d’água em sua residência e denunciou o sofrimento da população em diversos bairros da capital alagoana e até em municípios vizinhos como Marechal Deodoro.
Com um galão de água de 20 litros nas mãos, David usou o objeto como símbolo da indignação popular. “Trouxe esse garrafão aqui, presidente, que é o que eu estou utilizando durante vários dias para poder tomar banho e estar aqui. Comprei um por R$ 9. E semelhante ao que venho fazendo, servidores desta casa também estão comprando galões para ter água em casa. É um absurdo!”, declarou.
Segundo o vereador, apesar das promessas feitas pela direção da BRK em reunião na Câmara, os problemas persistem e a população segue sem água. “Infelizmente, a BRK veio aqui, trouxe o presidente para dar esclarecimentos sobre possíveis investimentos, mas o que a gente vê na rua não é nada disso. A população está fechando rua, a BRK vai e emite nota, nota, nota, dizendo que vai restabelecer e nada”, criticou.
David relatou ainda o prejuízo que sofreu em sua residência com a Equatorial, após um rompimento de fio neutro que causou queima de equipamentos. “Tentei várias vezes contato com a Equatorial, forneci número de protocolo e a empresa não deu a mínima. Agora que trouxe o problema para a sessão, querem resolver. Mas já troquei o equipamento, chamei técnico. Não quero mais resolver, quero respeito com o povo.”
O parlamentar questionou a atuação da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas (Arsal) e cobrou fiscalização efetiva. “A Arsal está fazendo o quê? Esse mês a conta vai chegar, e ninguém está falando nada. Está tudo a mil maravilhas?”, ironizou.
A falta d’água, de acordo com o vereador, atinge diversos bairros de Maceió, como Jacintinho, Jatiúca e o Vergel. Em alguns locais, síndicos têm proibido moradores de lavar roupa para racionar a pouca água disponível. “Na Jatiuca, tem síndico proibindo moradores de lavar roupa, porque senão não vai ter nem como tomar banho. É inadmissível”.
David Empregos concluiu seu pronunciamento com um apelo direto à responsabilidade das empresas. “Queria ver se na casa do presidente da BRK falta água. Tenho certeza que não falta. Mas na casa do pai de família trabalhador, falta. E ele tem que pagar R$ 10, R$ 15 por garrafão. Isso é desumano. A gente precisa honrar esses votos que recebeu e reivindicar uma melhor prestação de serviço”.