A Corregedoria da Polícia Militar prendeu, na manhã desta sexta-feira, cinco integrantes do Batalhão de Choque investigados por supostamente cometer infrações durante a megaoperação de segurança executada nos complexos da Penha e do Alemão. A intervenção, ocorrida em 28 de outubro, resultou em 122 óbitos, incluindo cinco agentes de segurança. A apuração interna acontece exatamente 30 dias após a ação considerada a mais fatal da história do Rio de Janeiro
Além das ordens de prisão, os corregedores cumprem outros dez mandados de busca e apreensão. Os policiais militares são alvo de investigação realizada pela 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM).
Uma das hipóteses examinadas pela Corregedoria, com base na revisão de registros de câmeras operacionais portáteis, é o roubo de um fuzil durante a ação — arma que, de acordo com as investigações, seria negociada com facções criminosas. As gravações fundamentaram a identificação de indícios de transgressões disciplinares cometidas durante o serviço.
Em comunicado, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que a operação desta terça é resultado dessas averiguações e ressaltou que a instituição “não compactua com possíveis desvios de conduta ou cometimento de crimes praticados por seus entes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos”.
A megaoperação de 28 de outubro mobilizou contingentes das polícias Civil e Militar e provocou questionamentos de organizações de defesa dos direitos humanos e de residentes em razão do alto número de fatalidades. Agora, as investigações internas procuram elucidar possíveis excessos e ilegalidades cometidos por agentes que participaram da ação.

