Nesta terça-feira (13/5), a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou as alegações finais no processo que apura os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. No documento, a PGR solicita a condenação dos cinco réus envolvidos no caso.
Veja quem são os réus
- Chiquinho Brazão;
- Domingos Brazão;
- Rivaldo Barbosa;
- Ronald Paulo Alves Pereira;
- Robson Calixto da Fonseca.
O vice-procurador-geral Hindenburgo Chateaubriand defendeu a condenação de Chiquinho Brazão, Domingos Brazão, Rivaldo Barbosa e Ronald Pereira pelos crimes de homicídio qualificado, em duas ocasiões — pelas mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes —, além de tentativa de homicídio contra a assessora Fernanda Chaves, que sobreviveu ao atentado.
Além disso, a PGR solicitou a condenação dos irmãos Brazão e de Robson Fonseca pelo envolvimento em organização criminosa.
No documento, o órgão também apresentou detalhes sobre a fase final da execução do atentado contra Marielle Franco. Segundo as investigações, os executores contratados pelos irmãos Brazão — Ronnie Lessa e Edmilson “Macalé” — começaram a monitorar a rotina da vereadora ainda no segundo semestre de 2017.
O grupo contou com o apoio de milicianos da comunidade de Rio das Pedras, incluindo Ronald Paulo Alves Pereira, considerado homem de confiança dos irmãos Brazão. A orientação repassada aos executores era clara: o ataque não deveria ocorrer em trajetos que tivessem como ponto de partida ou destino a Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Com isso, a rotina de Marielle Franco passou a ser monitorada por Ronnie Lessa e Edmilson “Macalé”, que utilizavam um Chevrolet Cobalt clonado para seguir seus passos. O veículo foi obtido com a ajuda de Maxwell Simões Corrêa e Otacílio Antônio Dias Júnior.
A PGR aponta que o monitoramento das vítimas se intensificou em fevereiro de 2018, quando Ronnie Lessa e seus comparsas passaram a realizar trajetos semelhantes aos de Marielle Franco e Anderson Gomes, inclusive dois dias antes do atentado.
De acordo com o relato de Lessa, no dia 14 de março de 2018, Ronald Pereira entrou em contato com Edmilson “Macalé” por meio do telefone de Laerte, informando que a vereadora teria um compromisso na Rua dos Inválidos, na “Casa das Pretas”. Ele teria indicado que essa seria uma oportunidade propícia para a execução do crime.
“A narrativa encontra suporte em elementos coletados pela Polícia Federal, indicando intensa comunicação entre Ronald e Laerte nos dias que antecederam os homicídios e no próprio dia da execução.”
Com a informação repassada, Ronnie Lessa se encontrou com Élcio Vieira de Queiroz, e juntos seguiram para a Rua dos Inválidos, onde permaneceram à espera da saída de Marielle Franco, que estava na “Casa das Pretas” acompanhada da assessora Fernanda Gonçalves Chaves.
Segundo a PGR, os eventos que se seguiram resultaram na execução da vereadora e do motorista Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves.
Ao concluir as alegações finais, o vice-procurador-geral Hindenburgo Chateaubriand afirmou que as provas reunidas no processo não deixam dúvidas de que os irmãos Brazão foram os mandantes do assassinato de Marielle Franco.