O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, afirmou nesta quarta-feira (29/10) que a Superintendência da corporação no Rio de Janeiro foi procurada pela inteligência da Polícia Militar (PM) antes da megaoperação realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na terça-feira (28/10). Segundo ele, após avaliar o plano de ação, a PF concluiu que “não era razoável” participar da operação.
“Essa é uma operação do estado do Rio de Janeiro, e nós não fomos comunicados que seria deflagrada nesse momento. Houve um contato anterior do pessoal da inteligência da Polícia Militar com a nossa unidade no Rio, para verificar se haveria possibilidade de atuarmos em algum ponto. A partir da análise do planejamento operacional, a nossa equipe entendeu que não era uma operação razoável para que a gente participasse”, explicou Rodrigues.
De acordo com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, não houve comunicação formal entre o governo fluminense e o governo federal sobre a deflagração da ação, que já é considerada a mais letal da história do estado. Segundo as forças de segurança, ao menos 119 pessoas morreram, enquanto a Defensoria Pública do Rio informou um número ainda maior — 132 mortos.
Rodrigues destacou que a PF entendeu não ter atribuição legal para integrar a operação. “Naquela operação, que é do estado, havia mais de 100 mandados judiciais estaduais, e nós não teríamos competência legal para participar. Portanto, não fazia sentido nossa atuação”, afirmou.
As declarações foram dadas após uma reunião convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio da Alvorada, em Brasília. O encontro contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin e dos ministros Rui Costa (Casa Civil), José Múcio Monteiro (Defesa), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Sidônio Palmeira (Comunicação Social), Anielle Franco (Igualdade Racial) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania).
Também participou o presidente da Embratur e ex-deputado federal Marcelo Freixo (PT-RJ).
Uma comitiva do governo federal, formada pelos ministros da Justiça, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, além do diretor-geral da PF, deve seguir ainda nesta quarta-feira para o Rio de Janeiro. Até o momento, não há previsão de viagem do presidente Lula ao estado.













