A Polícia Federal desencadeou, nesta quinta-feira, a segunda etapa da Operação Metamorfo, destinada a desmontar uma organização criminosa que, segundo as investigações, coordenava o tráfico de drogas e um esquema milionário de lavagem de dinheiro a partir de presídios. Nesta fase, estão sendo cumpridos 13 mandados de prisão e 11 de busca e apreensão.
As ações ocorrem de forma integrada nos estados de Alagoas, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Conforme a PF, o grupo fazia uso de identidades falsas e operava um esquema financeiro distribuído entre vários estados. O dinheiro ilícito circulava por contas bancárias abertas em nome de terceiros — muitas vezes cônjuges ou pessoas sem ocupação formal — e era mascarado por meio de empresas fictícias e imóveis registrados em nome de “laranjas”.
Investigações revelam rede extensa de apoiadores
Os levantamentos da PF identificaram uma grande quantidade de transações suspeitas, o que levou à descoberta de uma estrutura organizada e profissional, com funções bem definidas entre operadores financeiros e responsáveis pela logística do tráfico.
A corporação aponta ainda que o chefe do grupo continua exercendo poder de comando de dentro do sistema prisional, utilizando documentos falsos para movimentar valores e emitir ordens aos comparsas.
Operação mobiliza mais de 90 agentes
A execução da Metamorfo é conduzida pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) em conjunto com a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO). Aproximadamente 50 policiais federais e outros 40 militares foram mobilizados para cumprir os mandados.
As investigações destacam que a quadrilha utilizava um método de fracionamento de operações financeiras, com depósitos pequenos e transferências repetidas para tentar driblar mecanismos de detecção automática dos bancos.
PF foca agora na descapitalização do grupo
O objetivo desta fase, segundo a PF, é asfixiar financeiramente a organização. Por isso, bloqueios judiciais e apreensões de bens foram priorizados. A corporação afirma que enfraquecer o fluxo de recursos é essencial para impedir que as atividades criminosas se reestruturem.
A Polícia Federal declarou, em nota, que a Metamorfo simboliza o compromisso contínuo de combate ao crime organizado e informou que novas fases podem ser desencadeadas conforme avançarem as análises dos materiais apreendidos. Os primeiros relatórios devem ser encaminhados ao Judiciário ainda hoje.

