
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (24), a operação Sem Desconto, que investiga um esquema de cobranças indevidas em contas de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Durante a ação, carros de luxo como uma Ferrari e um Rolls-Royce foram apreendidos, entre outros bens de alto valor. As ordens de sequestro de bens somam mais de R$ 1 bilhão.
A investigação mira diretamente a atual direção do INSS, incluindo nomes de alto escalão, como:
Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, procurador-geral do INSS;
Giovani Batista Fassarella Spiecker, coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente;
Vanderlei Barbosa dos Santos, diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão;
Jacimar Fonseca da Silva, coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios.
Durante coletiva de imprensa realizada logo após a deflagração da operação, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou que a apuração está em fase inicial, mas já revelou uma complexa rede de fraudes envolvendo entidades que realizavam descontos irregulares diretamente nos benefícios pagos pelo INSS.
Também participaram da coletiva o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski; o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi; e o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Marques de Carvalho.
Segundo a PF, empresas de fachada foram utilizadas para movimentar e disfarçar o desvio milionário. Parte do dinheiro desviado teria sido usada na compra de carros de luxo, imóveis e outros bens de alto padrão.
Além dos mandados de busca e apreensão, foram expedidos mandados de prisão e afastamento de seis servidores públicos. A sede do INSS, em Brasília, foi um dos principais alvos das buscas.
O caso havia sido revelado com exclusividade pela coluna de Fábio Serapião, no portal Metrópoles, e ganhou força após a identificação de indícios robustos de envolvimento de servidores públicos na autorização de descontos ilegais.
A operação Sem Desconto é conduzida com apoio da CGU e do Ministério da Previdência, e deve ter desdobramentos nos próximos dias, conforme o avanço das análises do material apreendido.