
A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (2) uma redução de 5,6% no preço da gasolina A vendida às distribuidoras. A partir de terça-feira (3), o valor passará a ser, em média, de R$ 2,85 por litro, uma queda de R$ 0,17 por litro.
Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina A, utilizada na composição da gasolina C, vendida nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor final será de R$ 2,08 por litro, ou seja, R$ 0,12 a menos por litro.
Com o novo reajuste, a estatal acumula uma redução de R$ 0,22 por litro desde dezembro de 2022, o que representa uma queda de 7,3%. Em termos reais, levando em conta a inflação do período, a queda chega a R$ 0,60 por litro, ou 17,5%.
Impacto no consumidor
O valor cobrado pela Petrobras é apenas uma parte da composição do preço final da gasolina, que inclui também impostos federais e estaduais (como o ICMS), margens de lucro da cadeia de distribuição e revenda, além de custos logísticos.
A queda no preço da gasolina deve ter impacto direto na inflação oficial. De acordo com estimativas da consultoria Warren Investimentos, a medida pode reduzir o IPCA de junho em até 10 pontos-base (bps), o que levaria a projeção anual de 5,3% para 5,2%.
Mudança na política de preços
Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os reajustes nos preços dos combustíveis seguiam a política do Preço de Paridade de Importação (PPI), que alinhava os valores ao mercado internacional e à cotação do dólar. Essa política, adotada em 2016 no governo Michel Temer (MDB), foi mantida até o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Com Lula, a Petrobras abandonou o PPI e passou a realizar os reajustes sem uma periodicidade fixa, buscando evitar o repasse imediato da volatilidade internacional ao mercado interno.
Além disso, em 2022, Bolsonaro limitou o ICMS sobre combustíveis em ano eleitoral, o que resultou em perda de arrecadação dos estados. No ano seguinte, Lula assinou uma compensação financeira aos estados afetados.
A nova queda no preço da gasolina sinaliza o esforço do governo e da estatal para manter a estabilidade dos combustíveis em um cenário de inflação ainda sensível.