Ministros do Supremo Tribunal Federal avaliam que a mudança do regime prisional do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o domiciliar é apenas uma questão de tempo. Entre integrantes da Corte, porém, cresce o entendimento de que o benefício só deve ser concedido depois das eleições presidenciais de 2026.
A tentativa de violação da tornozeleira eletrônica, somada à necessidade de o STF reforçar sua imagem institucional, pesou contra uma eventual mudança imediata no regime. Há ainda o temor de que, caso liberado para cumprir pena em casa agora, Bolsonaro tente se refugiar em alguma representação diplomática.
Apesar disso, ministros reconhecem que, diante do quadro de saúde do ex-presidente — que inclui crises persistentes de soluço e episódios de enjoo — o regime domiciliar seria adequado no futuro. A avaliação predominante, entretanto, é de que a concessão antes das eleições poderia abrir margem para interferência no processo eleitoral.
O receio é que, em casa, Bolsonaro tenha mais liberdade para gravar vídeos ou disseminar informações falsas por meio de aliados durante visitas.
Preso há mais de uma semana na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, Bolsonaro tem recebido apenas familiares e advogados. A baixa mobilização de apoiadores em manifestações recentes também gerou frustração entre parlamentares de direita.

