Aos 47 anos, o zelador Edson Elias Souza ainda carrega a esperança de reencontrar o filho Edimar Silva de Souza, de 23 anos, que desapareceu em 2019. “Esse menino eu criei só. Me separei da mãe dele e sempre corri atrás, deixava com a avó para poder trabalhar, mas estava sempre junto. Quando ele saiu de perto, foi muito sofrido. Fiquei muitas noites sem dormir”, desabafa Edson.
O jovem saiu de casa afirmando que iria trabalhar em uma fazenda, mas não deu detalhes sobre seu paradeiro. Durante seis anos, a família viveu na incerteza, sem qualquer notícia. A esperança ressurgiu quando o tio de Edimar recebeu uma ligação informando que ele estaria em Brasília.
Com essa informação, Edson procurou o Instituto Médico Legal (IML) de Rio Branco, que contatou o IML da capital federal. Após anos de angústia e buscas, a confirmação chegou: Edimar está preso em Brasília. Até o momento, não há informações sobre a razão da prisão.
O reencontro ainda é uma esperança distante, mas a notícia dá algum alívio a Edson, que passou anos vivendo na dúvida sobre o paradeiro do filho.
“Quando ligaram para o tio dele, pensei que era ele [Edimar]. Mas apenas [me] disseram que estava preso, sem explicar o motivo. Depois disso, foi só angústia pois não sabíamos como confirmar se era verdade”, disse o zelador.
Antes de deixar Rio Branco, o jovem fez uma breve ligação ao pai apenas para informar que estava indo embora, sem dar mais detalhes sobre o destino. “Um dia ele me ligou e disse que ia para uma fazenda. Perguntei onde era, mas a ligação estava ruim. Ele respondeu de forma estranha, disse que depois retornava e não deu detalhes”, contou Edson.
Filho de Edson e Marilza Carneiro, Edimar sempre teve ligação com o meio rural, começando a trabalhar na zona de fazendas ainda na adolescência. Apesar disso, sua vida até então se restringia ao Acre.
Somente quatro anos após o desaparecimento, em 2023, Edson conseguiu ver o filho novamente, ainda que por uma chamada de vídeo, encerrando momentaneamente o silêncio que pairava sobre o paradeiro de Edimar. “Ele me ligou por vídeo, mas estava super estranho. Disse que estava solto e ao redor dele tinha muita gente. Acho que pode ter sido de dentro da prisão”, afirmou.