A Organização das Nações Unidas (ONU) enviou uma carta ao governo brasileiro criticando falhas na segurança e na infraestrutura da COP30, em Belém (PA), e cobrando ações imediatas das autoridades responsáveis. O documento, assinado pelo secretário-executivo da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima, Simon Stiell, foi remetido nessa quarta-feira (12) ao Ministério da Casa Civil, ao Governo do Pará e ao presidente da conferência, embaixador André Corrêa do Lago.
A manifestação da ONU ocorre após o protesto realizado na noite de terça-feira (11), quando um grupo de ativistas, incluindo lideranças indígenas, tentou acessar a Blue Zone, área reservada às negociações oficiais da conferência. Na carta, Stiell responsabiliza o governo de Luiz Inácio Lula da Silva por supostamente orientar agentes da Polícia Federal (PF) a não conter os manifestantes.
“As forças de segurança e a estrutura de comando necessárias para executar o plano de segurança estavam todas presentes no local durante o incidente, mas falharam em agir”, afirmou.
Além das reclamações sobre o episódio, a ONU apontou problemas estruturais no evento e exigiu um plano para amenizar efeitos das altas temperaturas e das chuvas registradas em Belém durante a conferência.
O governo federal reagiu às críticas. Em nota divulgada nesta quinta-feira (13), a Casa Civil negou qualquer interferência na atuação das forças de segurança e destacou que a responsabilidade pela Blue Zone é do Departamento das Nações Unidas para Segurança e Proteção (UNDSS). O governo informou ainda que houve reforço no posicionamento das equipes de segurança para prevenir novas ocorrências.
Sobre as queixas relacionadas ao clima, o Palácio do Planalto afirmou que foram instalados novos equipamentos de ar-condicionado para garantir conforto às delegações. A Casa Civil também negou casos de alagamento, afirmando que as estruturas da conferência registraram apenas “ocorrências localizadas, como goteiras”.

