Os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e do Senado Federal, Davi Alcolumbre, devem se reunir nesta quinta-feira (10) para discutir uma declaração conjunta em reação à imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A medida, anunciada na quarta-feira (9), provocou forte repercussão no Congresso Nacional, especialmente entre representantes do agronegócio, diretamente impactados pela nova alíquota.
Até o momento, nem Motta nem Alcolumbre se manifestaram publicamente sobre o anúncio de Trump. Questionado por jornalistas ao chegar e sair de uma reunião com líderes partidários nesta manhã, o presidente da Câmara preferiu adotar cautela. “Minha posição será uma posição que tem o sentimento da Casa, ouvindo a todos. Foi um dos temas que debatemos na reunião, vamos seguir discutindo ao longo do dia”, disse Motta.
Enquanto o Legislativo articula uma resposta institucional, o presidente Lula já declarou que a reação do Brasil se dará com base na chamada lei da reciprocidade, instrumento jurídico que permite ao país adotar contramedidas diante de ações externas consideradas prejudiciais à economia nacional ou à soberania política.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) também se posicionou de forma crítica em relação à decisão norte-americana. Em nota, a bancada classificou a nova tarifa como um “alerta ao equilíbrio das relações comerciais e políticas entre os dois países”, alertando para os impactos diretos sobre o agronegócio brasileiro, incluindo efeitos no câmbio, aumento no custo de insumos importados e perda de competitividade nas exportações.
O grupo defende uma “resposta firme e estratégica” por parte da diplomacia brasileira, mas ressalta a importância de manter o diálogo com os Estados Unidos. “É fundamental que o Brasil atue com assertividade, mas sem se isolar nas negociações internacionais”, conclui o comunicado.