O jornalista e acadêmico Cícero Sandroni morreu nesta terça-feira (17), aos 90 anos, no Rio de Janeiro. Segundo a Academia Brasileira de Letras (ABL), ele faleceu em casa, vítima de um choque séptico provocado por uma infecção urinária.
O velório será realizado nesta quarta-feira (18), a partir das 10h, na sede da ABL, no centro do Rio.
Com mais de seis décadas de atuação no jornalismo, Sandroni teve papel destacado na cobertura política e internacional, além de ocupar cargos de relevância no serviço público e na vida cultural do país. Ele passou por veículos como Tribuna da Imprensa, Correio da Manhã, Jornal do Brasil, O Globo e Fatos e Fotos, sempre com foco na política e nos grandes acontecimentos nacionais.
Fez parte da cobertura da inauguração de Brasília e, posteriormente, assumiu a secretaria de imprensa da nova capital. Em 1962, integrou a equipe do Ministério do Trabalho, na subchefia do gabinete do então ministro Franco Montoro, durante o governo João Goulart.
Eleito para a ABL em 2003, Cícero Sandroni presidiu a instituição entre 2007 e 2009, em uma eleição de chapa única. Era genro do também acadêmico Austregésilo de Athayde, que presidiu a entidade por mais de três décadas.
Como escritor, publicou romances como O Diabo Só Chega ao Meio-dia (1985) e O Peixe de Armana (2003), além de biografias de figuras centrais da cultura brasileira, entre elas Carlos Heitor Cony e Austregésilo de Athayde — esta última escrita em parceria com a esposa, Laura Sandroni.
Sandroni também foi editor e fundou a Edinova ao lado de Pedro Penner, com o objetivo de ampliar o espaço de autores latino-americanos e nomes do nouveau roman francês no Brasil.
Ele deixa a esposa, cinco filhos — Carlos, Clara, Eduardo, Luciana e Paula — e um neto, Pedro.