O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal (PF) realize investigações complementares no inquérito que apura as declarações do ex-ministro Sergio Moro (União-PR) sobre suposta interferência política do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na PF.
Moraes acolheu um pedido do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que solicitou novas diligências com base em elementos das apurações sobre a Abin Paralela. A suspeita é de que o caso de interferência possa estar ligado ao uso da estrutura da agência para ataques a autoridades e instituições.
“Imprescindível, portanto, que se verifique com maior amplitude se efetivamente houve interferências ou tentativas de interferências nas investigações […] mediante o uso da estrutura do Estado e a obtenção clandestina de dados sensíveis”, argumentou Gonet no pedido.
Gonet busca retomar as investigações para verificar se há conexões do caso com a estrutura paralela que teria sido montada na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e no Gabinete de Segurança Institucional.
À época, Moro acusou Bolsonaro de cobrar a demissão do então chefe da PF, Maurício Valeixo, e de querer indicar outra pessoa para o cargo. A PF havia concluído anteriormente que não havia indícios mínimos de crime por parte de Bolsonaro e Moro.