Alagoas vive um cenário de emergência climática, com ruas alagadas, deslizamentos de terra, famílias desabrigadas e previsão de mais chuvas nas próximas horas. Segundo especialistas, o fenômeno climático que atinge o estado é considerado severo, com potencial para causar danos significativos e representar riscos à segurança da população e à infraestrutura urbana.
Em Maceió, a situação é crítica. A capital amanheceu nesta quarta-feira (21) com diversos pontos de alagamento e registros de deslizamentos de terra. Nos últimos quatro dias, a cidade acumulou 475 milímetros de chuva, volume 61% maior que o esperado para todo o mês de maio.
Em entrevista ao portal TNH1, o coordenador da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Vinícius Pinho, fez um alerta sobre o acumulado de chuvas. “Estamos presenciando um evento severo. Em Maceió, estamos nos aproximando de 500 milímetros de chuva registrados nos últimos 4 dias. Esse volume supera em 61% a média prevista para o mês de maio. A previsão é de mais chuva nas próximas horas”, disse o meteorologista.
De acordo com o especialista, as chuvas são resultado de uma combinação de fatores, como a atuação de cavados, áreas de baixa pressão atmosférica, nos baixos e médios níveis da atmosfera sobre o Oceano Atlântico, além das altas temperaturas registradas nas águas do oceano, que intensificam a formação de nuvens carregadas.
Antes das fortes chuvas, Alagoas enfrentou uma intensa onda de calor, com temperaturas que chegaram a 40°C em algumas regiões do estado. Esse comportamento atípico para o outono preocupa os meteorologistas.
“É preocupante o cenário pois os extremos climáticos estão se tornando cada vez mais frequentes. Por exemplo, podemos registrar chuvas e tempestades severas no inverno, além de onda de calor na mesma estação do ano. Podemos também ter secas prolongadas em outras estações do ano. Isso pode provocar diversas consequências, como inundações em períodos chuvosos e baixa umidade em períodos de secas”, explicou Vinícius Pinho.
As autoridades seguem em alerta, monitorando a situação em todo o estado. A recomendação é que a população, especialmente quem vive em áreas de risco, permaneça atenta às orientações da Defesa Civil e da Semarh.