Respirar sem sentir dor pode parecer algo comum para uma criança de dez anos, mas para a pequena Noemi Myllena Souza era um sonho há muito tempo. Isso só foi possível depois que ela enfrentou uma delicada cirurgia no coração.
“Agora meu coração está novo e, em breve, poderei correr sem cansar”, contou a menina.
Moradora do município de Maravilha, no Sertão alagoano, Noemi nasceu com uma doença congênita cardíaca. Durante muito tempo, o problema parecia pequeno — apenas um sopro que, segundo os médicos, fecharia com o tempo.
“Mas o tempo passou e o sopro não fechou. Ainda assim, eu sempre acreditei que Deus cuidava da minha filha”, recorda a mãe, Maria José Souza.
Nos últimos meses, o quadro se agravou. A menina começou a sentir cansaço constante, o coração acelerado e dores no peito. Coisas simples, como correr ou brincar com os amigos, deixaram de ser possíveis.
Em junho, após uma consulta no posto de saúde do município, exames mostraram que o coração de Noemi não estava funcionando como deveria. Ela foi encaminhada para o Hospital do Coração Alagoano, em Maceió, onde passou por avaliação especializada e exames que confirmaram o diagnóstico de Comunicação Interatrial (CIA) — um orifício entre as câmaras superiores do coração (átrios). A solução seria uma cirurgia aberta de alta complexidade.
Na segunda-feira seguinte, a família recebeu uma ligação do hospital confirmando uma consulta com o cirurgião. Quando soube que o procedimento seria realizado naquele mesmo dia, Noemi olhou para a mãe e afirmou, confiante: “Eu não falei, mamãe, que Jesus tinha falado comigo?”.
Correção delicada
O cirurgião cardiovascular pediátrico José Leitão, responsável pela operação, explicou que a correção da CIA é um procedimento delicado, mas com excelentes resultados quando realizado no momento certo.
“Durante o procedimento, o coração é parado temporariamente e a circulação é mantida por uma máquina de circulação extracorpórea. O defeito é então fechado com sutura ou remendo. No caso de Noemi, tudo correu muito bem. Ela reagiu de forma exemplar e teve uma recuperação rápida”, afirmou o médico.
Agora, a menina se recupera com alegria, retomando aos poucos a rotina da infância. “Eu só tenho a agradecer a Deus e a toda a equipe do Hospital do Coração Alagoano. Cada profissional cuidou dela com tanto carinho, como se fosse da família. A fé da minha filha nos ensinou a confiar ainda mais”, celebrou Maria José.
Fonte: Carolina Sanches/Gazeta de Alagoas
