
Levantamento com 84 municípios revela gargalos na média complexidade e reforça urgência de mais investimentosUm levantamento realizado com 84 municípios de Alagoas revelou que mais de 80% dos prefeitos consideram a saúde o principal desafio de gestão. A pesquisa escancara as dificuldades enfrentadas pelos gestores, especialmente nos procedimentos de média complexidade, e reacende o debate sobre o subfinanciamento crônico do setor.
O presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Marcelo Beltrão, destacou a importância da mobilização municipalista com base em dados concretos.
“Este estudo é fundamental para que possamos mostrar, com dados concretos, a real situação da saúde nos municípios alagoanos. Só assim teremos força para lutar por recursos que garantam um atendimento digno à população, especialmente diante do subfinanciamento histórico que enfrentamos”, afirmou.
Diante do cenário, a AMA já está articulando capacitações para os gestores municipais, com o objetivo de adequar as administrações às novas exigências do Ministério da Saúde para a liberação de recursos. Além disso, está firmando parcerias com a Secretaria de Estado da Saúde e o Conselho de Secretarias Municipais para oferecer suporte técnico aos municípios.
“Sabemos que a saúde é uma das maiores dores de cabeça dos prefeitos, e nosso papel é preparar os gestores para que não percam recursos tão importantes para o atendimento da população”, reforçou Beltrão.
Ele também defendeu uma pauta municipalista robusta no Congresso Nacional, que inclua a revisão dos valores repassados ao SUS e a criação de incentivos para atrair e reter profissionais qualificados nas redes municipais.
“Sem recursos adequados, não há como melhorar a saúde. Esse levantamento é um instrumento para que possamos cobrar mais atenção e investimentos para Alagoas”, concluiu.
O estudo reforça a urgência de políticas públicas mais eficazes e de uma revisão no pacto federativo que garanta maior autonomia e sustentabilidade financeira aos municípios, sobretudo no atendimento à saúde da população.
Fonte: Gazeta de Alagoas