Mais de 30 países consideraram insuficiente o projeto de acordo apresentado pela presidência brasileira da COP30 e solicitaram a inclusão de um plano claro para a eliminação das energias fósseis. A cobrança foi formalizada em uma carta divulgada nesta quinta-feira (20/11) pela delegação da Colômbia. As críticas surgem em meio a uma fase decisiva das negociações, marcada também por interrupções causadas por um incêndio na área do evento.
O presidente da conferência, o diplomata brasileiro André Corrêa do Lago, enfrenta forte pressão dos quase 200 países reunidos em Belém desde a semana passada. Ele é responsável por construir um texto capaz de alcançar consenso entre as nações — exigência prevista nas regras das COPs. Entretanto, o rascunho mais recente, ao qual a AFP teve acesso, não menciona os combustíveis fósseis, ponto considerado essencial por diversos governos.
“Estamos profundamente preocupados com a proposta atual, que é de ‘pegar ou largar’”, afirmaram Colômbia, França, Reino Unido, Alemanha e outros países no documento compartilhado pela delegação colombiana. França e Bélgica confirmaram adesão à carta.
Segundo os signatários, o atual texto “não cumpre as condições mínimas para um resultado crível nesta COP”, reforçando a necessidade de um roteiro mais ambicioso para a transição energética global.

