A agenda marcada para esta segunda-feira (8) entre o senador e pré-candidato à Presidência Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e líderes partidários acabou esvaziada após a recusa dos principais convidados. O encontro, anunciado pelo senador no fim de semana, trataria de sua pré-candidatura ao Planalto e das condições que colocou para desistir dela: a anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro e ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre pena de 27 anos e 3 meses de prisão por liderar a trama golpista.
Flávio convidou os presidentes Valdemar Costa Neto (PL), Antonio Rueda (União Brasil), Ciro Nogueira (PP) e Marcos Pereira (Republicanos). Segundo apurou o Metrópoles, apenas Valdemar não recusou diretamente. Ciro Nogueira foi o primeiro a declinar, alegando compromisso no Paraná, mas deve conversar com o senador ao retornar a Brasília na noite desta segunda. Rueda não confirmou presença, e Marcos Pereira afirmou por telefone que não poderia comparecer.
Questionada, a assessoria de Flávio informou que não havia atualização sobre a agenda e não confirmou se a reunião ainda aconteceria após as negativas.
Desde que anunciou, na última sexta-feira (5), sua disposição de disputar a Presidência no lugar do pai, Flávio Bolsonaro tenta atrair partidos de centro para consolidar sua pré-candidatura, mas sem êxito. No sábado (6), ele declarou: “Tomada a decisão ontem, hoje começo as negociações. O primeiro gesto que eu peço a todas as lideranças políticas que se dizem anti-Lula é aprovar a anistia ainda este ano. Espero não estar sendo radical por querer anistia para inocentes. Temos só duas semanas, vamos unir a direita”.
No campo do centro político, líderes defendiam o nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como principal aposta da direita para 2026, e a entrada de Flávio na disputa gerou frustração.
Após o anúncio da pré-candidatura, Antonio Rueda divulgou nota afirmando que o União Brasil rejeita a polarização. “Os últimos acontecimentos apenas confirmam a necessidade de um caminho político que privilegie a construção e o diálogo, e não o embate […] Em 2026, não será a polarização que construirá o futuro, mas a capacidade de unir forças em torno de um projeto sério, responsável e voltado para os reais interesses do povo brasileiro”, afirmou.

