A Justiça de Alagoas condenou, na quarta-feira (26), Antônio Santos a 9 anos, quatro meses e 15 dias de prisão em regime fechado pelo homicídio de José Francisco de Oliveira, ocorrido há 24 anos em Maceió. O julgamento contou com a atuação do Ministério Público de Alagoas (MPAL), representado pela promotora de Justiça Adilza de Freitas.
O caso chamou atenção pelo longo período entre o crime e a condenação, além das profundas consequências sofridas pela família da vítima. José Francisco era o responsável pelo sustento do lar, e sua morte desestruturou financeiramente e emocionalmente a família, especialmente o filho com Síndrome de Down, que desenvolveu regressão e depressão após a perda do pai.
Para o Ministério Público, a sentença reforça a ideia de que, embora a Justiça possa demorar, ela não pode falhar. “Quando entramos no salão do júri preparados para defender a vida, sentimos a dor de quem perde seu ente querido. Lutamos para que essas famílias saiam aliviadas e com a convicção de que a resposta foi dada. Foi o que ocorreu aqui, num crime cometido há 24 anos”, destacou a promotora Adilza de Freitas.
Segundo os autos, vítima e réu se conheciam e se envolveram em uma discussão. Antônio Santos teria ameaçado José Francisco, saído do local e retornado minutos depois armado, efetuando vários disparos. Em ato de extrema violência, pisou no pescoço da vítima ainda agonizando, dizendo: “Eu não disse que ia lhe matar?”. Moradores que presenciaram a situação também foram ameaçados pelo agressor.
A morte de José Francisco deixou a família sem assistência, e o filho com necessidades especiais precisou de acompanhamento psiquiátrico contínuo ao longo dos anos. A decisão da Justiça encerra um ciclo de mais de duas décadas de espera por justiça, trazendo alívio parcial para os familiares da vítima.

