A Justiça Federal determinou o bloqueio de bens de 61 pessoas investigadas na Operação Rejeito, que apura suposto esquema de corrupção envolvendo órgãos fiscalizadores estaduais e federais do setor de mineração em Minas Gerais. O montante total de bloqueios judiciais atinge R$ 1,5 bilhão, mas apenas R$ 27 milhões foram localizados em contas dos investigados.
Conforme apurado pela reportagem, o empresário alagoano Alan Cavalcante, identificado como suposto líder do esquema, mantinha apenas R$ 20,7 mil em suas contas bancárias. As investigações indicam que ele organizaria, com outros sócios, um conjunto de empresas aparentemente constituídas para movimentar pagamentos irregulares e lavar recursos obtidos com atividades ilegais de mineração.
Dados de quebras de sigilo bancário revelam que Alan recebeu mais de R$ 225 milhões de empresas vinculadas ao esquema entre dezembro de 2019 e dezembro de 2024. Apesar do volume de recursos movimentado, dez empresas investigadas apresentavam saldo zero segundo informações encaminhadas pelas instituições financeiras à Justiça.
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal apontam indícios de corrupção sistêmica em órgãos públicos mineiros, com a suposta participação de dois diretores da Agência Nacional de Mineração e servidores da Semad, Feam, Iphan e Copam. Todos os funcionários públicos investigados foram afastados de suas funções e permanecem presos.
O caso foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal após a PF identificar menção ao senador Rodrigo Pacheco nos autos. O processo encontra-se sob análise do ministro Dias Toffoli. O governador Romeu Zema declarou que o governo mineiro “oferece total apoio às investigações” e espera “punição exemplar” aos envolvidos.













