O julgamento de Jair Bolsonaro e de seus sete aliados mais próximos entra em uma fase decisiva nesta quinta-feira, 11 de setembro. A ministra Cármen Lúcia deve apresentar seu voto a partir das 14h, o que pode confirmar a maioria pela condenação do ex-presidente pela tentativa de golpe de Estado.
Embora não tenha revelado sua posição, a ministra deu indícios de que pode seguir o relator, Alexandre de Moraes. Em sessões anteriores, Cármen Lúcia se destacou por suas intervenções, como a “bronca” que deu em um advogado que tentou confundir “voto impresso” com “voto auditável”, e a pergunta direta que fez à defesa do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira: “Demover de quê?”, ao se referir a uma tentativa de dissuadir Bolsonaro.
O voto de Cármen Lúcia pode ser crucial para formar uma maioria pela condenação de Bolsonaro. O julgamento, que teve um dia extra por causa do voto de quase 14 horas de Luiz Fux, ainda precisa do voto de Cristiano Zanin, que encerra a votação. A expectativa é que a dosimetria das penas, se houver condenação, seja definida na sexta-feira, 12.
Voto de Fux e os rumos do julgamento
A sessão desta quinta-feira foi considerada “extra” por causa do longo voto de Luiz Fux na véspera. O ministro falou por quase 14 horas, deixando clara sua posição contrária à condenação de todos os oito acusados. Ele se distanciou das posturas de Moraes e Flávio Dino, que votaram pela condenação de todos os envolvidos em todos os crimes denunciados.
Com o voto de Fux, a maioria pela condenação, até o momento, só está formada para Mauro Cid e Braga Netto. Por isso, o voto de Cármen Lúcia ganha grande importância, podendo definir o destino de Bolsonaro no processo.