Um jovem paranaense decidiu deixar o Brasil para se voluntariar na guerra da Ucrânia e comunicou a decisão à família apenas no aeroporto, pouco antes do embarque. Matheus Nunes, natural de Cascavel, no oeste do Paraná, viajou para o leste europeu em novembro de 2025 para atuar como combatente voluntário no conflito contra a Rússia.
A escolha inesperada causou choque entre familiares, que afirmam ter sido pegos de surpresa e tentaram, sem sucesso, convencê-lo a desistir. Segundo relatos, Matheus vinha acompanhando notícias e debates sobre a guerra nos últimos meses, mas nunca havia deixado claro que pretendia se envolver diretamente no conflito.
No Brasil, Matheus era reservista do Exército Brasileiro e serviu no 33º Batalhão de Infantaria Mecanizado de Cascavel. Após deixar o serviço militar, passou a trabalhar como vigilante em empresas de segurança da cidade. Atualmente, ele se encontra em território ucraniano, mas não pode divulgar sua localização exata por motivos de segurança.
“Eu avisei quando já estava no aeroporto. Até então eu tinha comentado, mas acho que eles não acreditaram muito. Quando viram que eu estava indo de verdade, caiu a ficha. Foi aquele choque, mas depois não tinha mais o que fazer. Eles ficaram rezando para que tudo dê certo”, contou Matheus em entrevista à RPC.
De acordo com a família, a confirmação da viagem ocorreu apenas no momento da despedida, quando ele revelou que seguiria para se voluntariar no conflito iniciado em 2022, após a invasão russa ao território ucraniano. O clima no aeroporto foi marcado por tensão e emoção.
“A gente não imaginava que ele tomaria uma decisão tão radical sem conversar antes”, afirmou um familiar, que preferiu não se identificar.
Mesmo diante das tentativas de convencimento e dos apelos para que permanecesse no Brasil, Matheus manteve a decisão. Segundo ele, a escolha foi tomada de forma consciente e responsável. “Não é vitimismo, nem busca por atenção ou sensacionalismo. A realidade é séria e precisa ser tratada com responsabilidade. Falo apenas para esclarecer e evitar interpretações erradas”, declarou.