O ex-presidente Jair Bolsonaro deverá prestar depoimento à Polícia Federal no âmbito da investigação que apura declarações de seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão foi tomada nesta segunda-feira (26) pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito na Corte.
Segundo Moraes, há indícios de que Jair Bolsonaro possa ser diretamente beneficiado pelas falas de Eduardo, o que justifica sua oitiva no processo. O ex-presidente terá um prazo de 10 dias para prestar esclarecimentos formais.
A investigação foi aberta a pedido do procurador-geral da República, Paulo Gonet, após declarações públicas do deputado sugerirem possíveis retaliações internacionais — como sanções dos Estados Unidos — contra membros do Supremo, especialmente o próprio Moraes. Para o ministro, tais manifestações podem configurar tentativa de coação institucional.
Outro fator que pesou para a inclusão de Jair Bolsonaro no inquérito foi a informação de que ele se declarou responsável financeiro pela estadia do filho nos Estados Unidos, onde Eduardo se encontra atualmente. Moraes considerou esse vínculo relevante para o aprofundamento das apurações.
Eduardo Bolsonaro, por sua vez, foi autorizado a prestar depoimento por escrito. A Polícia Federal segue monitorando e preservando conteúdos publicados por ele nas redes sociais, considerados elementos-chave para a investigação.
Com a decisão, o inquérito ganha um novo desdobramento, ao incluir o ex-presidente como peça importante na apuração sobre possível tentativa de interferência nas instituições do Judiciário.