A disputa judicial pela custódia da filha do médico Alan Carlos, assassinado em Arapiraca, teve um novo desdobramento. A irmã de Nádia Tamires — médica presa pelo crime — entrou com uma solicitação formal para se tornar a tutora da sobrinha.
No pleito encaminhado ao Judiciário, a requerente anexou argumentos, documentos e elementos de convicção que procuram justificar a necessidade de ela assumir a responsabilidade pela criança.
O episódio causou forte repercussão no estado devido às suas circunstâncias, que foram capturadas por câmeras de vigilância. As gravações mostram Alan Carlos dentro de um carro estacionado em frente a uma Unidade de Saúde, no Sítio Capim. Uma mulher identificada como sua cunhada aparece nas proximidades. Momentos depois, Nádia Tamires chega ao local armada, dirige-se ao veículo e efetua múltiplos disparos.
O médico tenta escapar dando ré com o carro, mas não consegue. Nádia corre em direção ao automóvel e realiza novos tiros. Conforme averiguação do Corpo de Bombeiros, apesar de o veículo ter sido atingido por pelo menos oito projéteis, a morte foi causada por um único disparo, que atravessou o pulmão e atingiu o coração da vítima.
Após o homicídio, a médica deixou Arapiraca e seguiu para Maceió, onde foi detida em flagrante. No carro utilizado por ela, os agentes encontraram uma arma que passará por análise pericial para confirmar se foi a utilizada no crime.
Logo depois da prisão, Nádia alegou ter atirado em “legítima defesa”. Na gravação, ela afirma que vivia amedrontada, temia uma emboscada por parte do ex-companheiro e citou um suposto abuso sexual envolvendo a filha — acusações que ainda estão sob investigação.
O Poder Judiciário, contudo, não admitiu a alegação de legítima defesa e decretou a prisão preventiva da acusada. Outras armas foram apreendidas na casa onde ela morava com Alan, uma registrada em nome dele e outra em nome dela, sendo todas encaminhadas para exame pericial.
Com a prisão da médica, a filha do casal passou a ficar sob os cuidados provisórios das avós por parte de mãe. Agora, a irmã de Nádia busca a guarda da menina, apresentando fundamentos de ordem jurídica e psicológica para o requerimento. O processo corre em segredo de Justiça.
A Polícia Civil (PC) continua apurando o homicídio e os fatos que ocorreram antes do crime.

