O governo iraniano acusou Israel de adotar uma estratégia perigosa para ampliar o atual confronto militar, buscando envolver outros países da região e grandes potências globais. A denúncia partiu do ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, durante uma conversa com o chanceler da Polônia, Radoslaw Sikorski.
“Israel quer arrastar ‘atores’ regionais e globais para o conflito com o Irã”, alertou Araghchi, apontando recentes ofensivas israelenses como tentativas deliberadas de escalar o conflito para além das fronteiras bilaterais.
Entre os episódios citados pelo chanceler iraniano, está o ataque à zona especial de energia de Assaluyeh, situada na costa do Golfo Pérsico. A região é estratégica por concentrar parte das operações de processamento de petróleo e gás natural provenientes do maior campo energético do sul do país. Segundo o Irã, a ação foi conduzida por forças israelenses no último dia 14 de junho.
O ataque ocorreu um dia após Israel iniciar a operação militar Leão Ascendente, com bombardeios a alvos militares iranianos e a supostas instalações ligadas ao programa nuclear de Teerã. Em resposta, o Irã lançou a contraofensiva Promessa Verdadeira 3, atingindo posições militares dentro de Israel.
Araghchi advertiu que essas ações fazem parte de uma tática coordenada para provocar uma reação em cadeia, mobilizando aliados regionais e atores globais. “O povo iraniano se defenderá com força total contra esse ato brutal de agressão”, declarou.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, também reagiu duramente, chamando o ataque israelense de “crime” e prometendo uma retaliação severa. “Israel enfrentará um destino amargo e terrível”, afirmou o líder religioso.
Em meio ao crescente risco de internacionalização do conflito, Teerã apela à comunidade internacional por vigilância e contenção. A crise, até então restrita a choques diretos entre os dois países, agora ameaça desestabilizar uma região já marcada por alianças sensíveis e tensões históricas.