O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou desaceleração para 0,09% em outubro, conforme dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa o menor patamar para o mês desde 1998, quando foi registrada taxa de 0,02%. O desempenho ficou abaixo das projeções do mercado financeiro, que estimavam alta de 0,15%.
Com este desempenho, o indicador acumula alta de 3,73% no ano e de 4,68% no período de doze meses, ficando abaixo de 5% pela primeira vez desde janeiro. O índice se aproxima do limite superior da meta de inflação, estabelecida em 4,5% pelo Conselho Monetário Nacional.
O principal fator para a redução da inflação foi o recuo de 2,39% na tarifa de energia elétrica residencial, após a alteração da bandeira tarifária do nível vermelho 2 para o patamar 1. O grupo habitação, que inclui este item, exerceu influência direta no resultado.
O segmento alimentação e bebidas, que possui maior participação no IPCA, apresentou leve avanço de 0,01%, considerado estabilidade. Os alimentos consumidos em domicílio recuaram 0,16%, com destaque para o arroz (-2,49%) e o leite longa vida (-1,88%). Já as refeições fora do lar aumentaram 0,46%, impedindo deflação no grupo.
O café, que acumulava valorização superior a 80% em doze meses até maio, registrou queda de 3,52% nos últimos quatro meses. Apesar disso, o acumulado mantém-se em 48,13%.
Dentre os itens com maior alta, destacam-se a batata-inglesa (8,56%) e o óleo de soja (4,64%).
Outros grupos que exerceram pressão inflacionária foram saúde e cuidados pessoais (0,41%), com elevação em artigos de higiene pessoal (0,57%) e planos de saúde (0,50%), e transportes, com alta nas passagens aéreas (4,48%) e combustíveis (0,32%). O óleo diesel foi o único combustível com redução.
O segmento vestuário apresentou a maior variação positiva entre as categorias, com alta de 0,51%, impulsionada por calçados e acessórios (0,89%) e vestimentas femininas (0,56%).
De acordo com Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa do IPCA, se excluídos alimentos e energia elétrica, a inflação de outubro teria ficado em 0,25%, o que evidencia a relevância destes grupos na desaceleração do índice.













