A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta segunda-feira (25), em Olinda (PE), Cayo Lucas Rodrigues dos Santos, de 21 anos, acusado de ameaçar de morte o youtuber Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca. Segundo o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, além das ameaças, o jovem lucrava com a venda de material infantil na internet.
“Um belo trabalho de investigação que levou até esse criminoso que, além das ameaças, vendia material infantil nas redes”, afirmou Derrite em publicação nas redes sociais.
A prisão foi autorizada pela Justiça de São Paulo em caráter de urgência no último dia 17 de agosto, após o youtuber denunciar ter recebido e-mails com ameaças de morte e acusações falsas de pedofilia. O Tribunal determinou que o Google Brasil fornecesse dados de identificação do remetente, o que permitiu localizar o suspeito.
Ameaças após denúncias
Os e-mails recebidos por Felca foram enviados no dia 16 de agosto e faziam referência ao vídeo em que ele denunciou o influenciador Hytalo Santos por exploração de menores em conteúdos publicados nas redes sociais.
Entre as mensagens, o remetente escreveu frases como: “Você tá enganado, você vai ferrar muito sua vida” e “Prepara pra morrer”.
Com medo das represálias, Felca relatou em entrevistas que passou a circular em carro blindado e com seguranças particulares em São Paulo.
Prisão em flagrante
De acordo com a Polícia Civil, Cayo foi detido em casa, onde estava acompanhado de outro homem — que também deve responder pelo crime de invasão de dispositivo informático, previsto no artigo 154-A do Código Penal.
No momento da prisão, o computador de Cayo estava aberto na tela de acesso à plataforma de Segurança Pública de Pernambuco, o que, segundo os investigadores, reforça a gravidade da conduta. O equipamento passará por perícia.
Denúncias e impacto
Felca ganhou notoriedade por criticar influenciadores que promovem apostas esportivas online e, mais recentemente, pela denúncia sobre a “adultização” de crianças na internet. O vídeo de 50 minutos, publicado em seu canal, viralizou e reacendeu o debate sobre a exposição de menores e os riscos do sharenting — a prática de pais publicarem imagens de filhos nas redes.
Especialistas alertam que esse tipo de exposição facilita a ação de criminosos. “Ao postar fotos e vídeos de crianças, os pais podem estar entregando material de bandeja a predadores sexuais”, advertiu uma juíza que acompanha casos de crimes digitais.
Enquanto isso, a defesa de Cayo ainda não se manifestou. Ele permanece à disposição da Justiça em São Paulo.
