O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, contestou declarações do empresário Bill Gates sobre mudanças climáticas durante evento realizado em São Paulo. Em pronunciamento no Bloomberg Green Summit, o ministro afirmou que o país manterá seus investimentos na transição energética devido às suas “vantagens competitivas aderentes à pava climática”.
“Independentemente do que o Bill Gates ache, o Brasil tem energia limpa e barata. Não faz sentido trocá-la por energia suja e cara”, declarou Haddad. As observações do ministro respondem a comentários publicados recentemente pelo fundador da Microsoft em seu blog pessoal.
Durante sua apresentação, o ministro enfatizou a relevância dos biocombustíveis e do fortalecimento do marco regulatório do setor elétrico. “O Brasil tem 40 anos de tradição em biocombustíveis, e não vamos abdicar dessa agenda”, acrescentou.
Haddad também mencionou a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), iniciativa apoiada pelo Banco Mundial, como uma das prioridades do Brasil durante a presidência da COP30.
Contexto econômico e fiscal
O ministro abordou ainda aspectos da economia nacional, salientando progressos na reforma tributária, na isenção do Imposto de Renda para rendas de até R$ 5 mil e nos indicadores do mercado de trabalho, que registram níveis historicamente reduzidos de desocupação.
“O Brasil, nos últimos três anos, fez muita coisa importante para criar um ambiente de negócios favorável. E isso já está sendo percebido pelos investidores”, afirmou. Segundo Haddad, o país realizou o maior número de leilões de infraestrutura na B3 em décadas.
Sobre as metas fiscais, o ministro reafirmou que não pretende modificar o resultado primário projetado para o exercício. A meta para 2025 estabelece equilíbrio entre receitas e despesas, com possibilidade de déficit de até 0,25% do PIB. Para 2026, a previsão é de superávit primário de 0,25% do Produto Interno Bruto.
Política monetária
Haddad reiterou sua defesa pela redução dos juros básicos da economia. “[As taxas de juros] vão ter que cair. Por mais pressão que os bancos façam sobre o Banco Central para não baixar juros, elas vão ter que cair”, declarou.
O ministro questionou a manutenção de juros reais elevados em um contexto de inflação controlada e afirmou que, se fosse membro do Banco Central, “votaria pela queda” das taxas na próxima reunião do Copom. O Brasil possui atualmente a segunda maior taxa de juros real entre as principais economias globais.













