A estratégia de comunicação do governo federal em 2025 ganhou um novo foco: sobriedade aliada à eficiência. Em vez de reagir a cada tema que viraliza nas redes sociais, o Planalto passou a investir em uma vitrine permanente de resultados, mirando o que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chama de “Hora da Verdade” — o momento em que a gestão será julgada diretamente nas urnas, em 2026.
Uma das iniciativas mais simbólicas da Secretaria de Comunicação Social (Secom) foi a adaptação do conceito “Vale a Pena Ver de Novo” para a prestação de contas do governo. Inspirada no tradicional horário de reprises da TV, a ação busca criar uma conexão afetiva e didática com a população, reforçando a memória coletiva sobre políticas públicas e conquistas da atual gestão. A proposta dialoga com o discurso recorrente de Lula de que governa “para todos”.
A mudança também responde às críticas de que o governo seria excessivamente analógico. Em 2025, a reação veio por meio de uma presença digital mais estratégica e menos ruidosa, com uso de vídeos curtos, publicações explicativas em formato de thread e dados apresentados de forma acessível. A ideia é modernizar a comunicação sem abrir mão da institucionalidade do cargo nem recorrer a ataques ou confrontos diretos.
Essa reorientação é acompanhada por uma cobrança interna por maior integração. Em reuniões ministeriais, Lula tem insistido para que os ministros atuem como representantes do governo como um todo, e não apenas de suas áreas específicas. A diretriz é compartilhar conquistas: avanços na Saúde devem ser divulgados pela Fazenda; indicadores positivos de emprego também precisam ser celebrados pela Educação.
Ao estimular essa comunicação cruzada, o presidente busca enfraquecer disputas internas e fortalecer a imagem de um governo coeso. Com a proximidade da eleição, a narrativa de eficiência precisa ser sustentada por todas as vozes da Esplanada.
Se 2025 marca o período de consolidação das entregas, 2026 deve trazer um novo desafio: o impacto da Inteligência Artificial no debate público. Diante do avanço de deepfakes e da desinformação automatizada, o governo aposta em uma comunicação baseada em dados verificáveis e repetição consistente de fatos. A estratégia é usar a tecnologia como aliada da escala, não da manipulação.
Em um ambiente cada vez mais permeado por simulações digitais, a “Hora da Verdade” promete ser um teste de resistência para a realidade. Caberá ao eleitor distinguir o trabalho efetivamente realizado das narrativas artificiais que devem marcar a próxima disputa eleitoral.

