Após a publicação da ordem executiva assinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o governo brasileiro reagiu com rapidez. Uma reunião de emergência foi convocada no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (30), para discutir os desdobramentos da medida, que foi justificada pelos norte-americanos com base em critérios de segurança nacional e direitos humanos.
O foco imediato da equipe econômica é dimensionar os impactos da nova alíquota sobre as exportações brasileiras. Para isso, os ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) receberam a missão de elaborar um levantamento detalhado com possíveis perdas por setor produtivo.
Geraldo Alckmin, que ocupa simultaneamente os cargos de vice-presidente e ministro do MDIC, deve apresentar ainda hoje uma análise preliminar. O estudo incluirá estimativas de volume e valor das exportações afetadas e servirá de base para definir a resposta oficial do Brasil.
Em vez de uma ação única e generalizada, o governo deve adotar um pacote de medidas segmentadas. A proposta em discussão prevê apoio específico para os setores mais prejudicados, que podem receber incentivos fiscais, suporte financeiro ou estímulo à ampliação das exportações.
No campo diplomático, o Planalto também avalia a possibilidade de reabrir negociações com os Estados Unidos. A intenção é buscar formas de mitigar ou até reverter os efeitos da nova política, reforçando o diálogo como ferramenta estratégica diante do cenário internacional.
Reunião de emergência
A iniciativa de convocar a reunião partiu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que reuniu no Palácio do Planalto os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União). Como o chanceler Mauro Vieira está em missão oficial nos Estados Unidos, ele foi representado por integrantes do Ministério das Relações Exteriores.
Mesmo com duração aproximada de uma hora, o encontro teve papel estratégico para alinhar diferentes áreas do governo frente ao novo cenário internacional. Embora nenhuma decisão concreta tenha sido tomada, a reunião abriu espaço para a elaboração de medidas que começaram a ser discutidas nesta quinta-feira.
